Depois da ocupação policial realizada há duas semanas, o bairro do Calabar se prepara para a ocupação social do Estado. Na manhã deste sábado (9), foi realizada na quadra da comunidade, a segunda reunião de trabalho entre secretarias de Estado e lideranças comunitárias para definir prioridades e estabelecer um cronograma de ação em áreas como saúde, educação, inclusão ao mercado de trabalho, esporte, cultura e lazer.

O encontro teve a participação dos secretários de Desenvolvimento Social, Carlos Brasileiro, Justiça Cidadania e Direitos Humanos, Almiro Sena, representantes das secretarias de Saúde, Educação, Trabalho e Cultura, a presidente da Sociedade Recreativa Beneficente do Calabar (SBRC), Maria Fátima Gavião, e moradores do bairro.

Segundo o secretário Carlos Brasileiro, que coordenou o encontro, o objetivo do Estado é construir junto com a comunidade ações que possam ser implementadas de imediato trazendo oportunidades e melhoria da vida no bairro. Para isso os participantes foram divididos em grupos de trabalho com temas específicos de acordo com o interesse de cada um. “Estamos criando esse núcleo de intersetorialidade nas ações sociais e nosso foco inicial vai ser na juventude, que era a principal vítima do crime organizado. Existem programas de sucesso, por exemplo, para a capacitação e oferta de oportunidades e eles podem ser aplicados imediatamente aqui. Estamos ouvindo a comunidade para definir isso, porque é ela que sabe onde estão os problemas”.

Ao todo foram criados seis grupos de trabalho que discutiram a educação, saúde, trabalho, cultura e infraestrutura. Durante as discussões foram colhidas sugestões que vão nortear o trabalho do Estado. De acordo com o secretário Almiro Sena, um dos objetivos é criar um modelo de ação que possa atingir outras regiões da Bahia. “Essa é uma ação articulada entre a comunidade do Calabar e o Estado com suas diversas secretarias e que integra o Programa Pacto Pela Vida. Precisamos entender que o Calabar antes de ser problema é solução. O Calabar é semelhante a todas as nossas comunidades e o caminho desenvolvido aqui pode ser reproduzido em outros lugares”.

Dentro dos grupos as discussões tiveram grande participação popular, e as sugestões nas diversas áreas foram colhidas e reunidas para integrar o planejamento das ações. A presidente da SBRC, Maria de Fátima destacou a importância da construção conjunta das ações. “Chegou a hora da gente contar com essa reparação e o mais importante é que a política não está pronta, nós estamos construindo juntos, com todo mundo participando para elaborar um plano de ação que proporcione melhorias a nossa comunidade”.