No momento em que o dólar atinge sua menor cotação desde julho de 2008, as exportações baianas tiveram em março deste ano seu maior valor histórico, US$ 758,5 milhões, o que supera em 3,7% o volume registrado em março de 2010. O resultado obtido no mês passado também é 11,3% maior que o registrado em fevereiro. Contribuíram para o desempenho no mês os preços médios dos produtos exportados (21% acima dos praticados em março do ano anterior) e a demanda firme dos emergentes, principalmente América Latina e países asiáticos, além de alguns países europeus, como França, Alemanha e Espanha.

A alta internacional no preço de várias matérias-primas, como petróleo, celulose, café, soja e cobre, predominou no comportamento das vendas externas em março, compensando em grande parte a desvalorização do dólar. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o preço do petróleo subiu mais de 20%, o café ficou acima de 63%, a soja subiu 41% e a celulose teve elevação de 28%. Em termos de faturamento, as vendas de commodities minerais, como o ouro, aumentaram 76% no mesmo período, as de magnesita, mais 828%, e as de ferro silício, 46%.

“A recuperação mundial dos preços de produtos básicos está ajudando a Bahia a recompor parte da queda da exportação de manufaturas comprometidas pelo câmbio e pela ainda fraca demanda dos países desenvolvidos. Com a melhora das cotações de commodities, como petróleo, minérios e produtos agrícolas, países vizinhos estão comprando mais produtos manufaturados baianos, a exemplo de automóveis, pneus, calçados, aparelhos elétricos e móveis”, afirmou o coordenador de Comércio Exterior da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Arthur Cruz.

No primeiro trimestre, entretanto, as exportações ainda estão 1,2% inferiores a igual período do ano passado, reflexo de vendas aquém do esperado para derivados de petróleo e petroquímicos, em janeiro. Nos três primeiros meses do ano, as exportações baianas atingiram US$ 2,04 bilhões, o correspondente a 4% das exportações brasileiras e a 52% do Nordeste.

O estado conseguiu ampliar suas exportações principalmente para o Mercosul, em 28%, para a UE, em 11%, para Cingapura, em 67%, e para Taiwan, em 140%, no primeiro trimestre. As vendas para a China tiveram redução de 39% no período, por conta da redução nas vendas de petroquímicos e catodos de cobre.

As importações, por sua vez, estão desacelerando. Em março, recuaram 4,4%, em comparação com o mesmo mês de 2010, o que pode ser, em parte, explicado pela desaceleração da atividade econômica. No trimestre, as importações chegam a US$ 1,46 bilhão, 6,8% abaixo de igual período do ano anterior.

Com os resultados de março, a corrente de comércio externo da Bahia atingiu no primeiro trimestre US$ 3,5 bilhões, gerando um superávit de US$ 585,2 milhões e superando em 16% o saldo obtido no mesmo período do ano passado.

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