O Colégio Iceia, localizado na Praça do Barbalho, em Salvador, está em festa. Nesta quinta-feira (14), o Instituto Central de Educação Isaías Alves, nome oficial da unidade de ensino, celebra 175 anos de serviços educacionais prestados à sociedade baiana.

Para marcar a data, a partir das 10h, acontece no local apresentação do Coral Neojibá, sob a regência do professor Obadias Cunha, e do Quinteto de Metais do Neojibá. Ainda na quinta, tem início a exposição ‘Iceia 175 anos – História e Memória do Ensino Normal na Bahia,’ que continua até o dia 20 deste mês no Salão Nobre da escola.

A mostra reúne fotografias, painéis, textos, mobiliários e objetos de vários períodos da unidade, frequentada por alunos como Irmã Dulce e o patrono e educador Isaías Alves de Almeida. Para a professora de Biologia, Valdice Guedes, estar no Iceia há mais de 30 anos é motivo de orgulho e motivação. “O que move o professor é o entusiasmo, e a cada ano eu me motivo ainda mais. Sempre tenho o que aprender. Nesses anos também tive a chance de acompanhar a evolução da parte pedagógica e da administrativa”, afirma.

Hoje, além do Ensino Médio, o Iceia, que atende a cerca de 2.600 estudantes, oferece Curso de Educação Profissional e Técnico de Informática, Ensino Médio Modalidade Normal, voltado para a formação de professores, e o Programa de Educação de Jovens e Adultos.

A aluna Ana Maria Reis, 16 anos, que faz o 3º ano do Ensino Médio, lembra que ter a chance de se profissionalizar em Informática é um dos diferenciais da escola. “Acho tudo muito organizado e gosto muito do curso. A responsabilidade dos professores é grande”, diz.

Fanfarra mais antiga

O colégio tem a fanfarra mais antiga do Estado, a Faniceia, que comemorou 60 anos em 2010, e o Coral Neojibá, formado por alunos da instituição. Segundo a diretora da unidade, Denise Cardoso, “o Iceia tem grande importância atual e histórica para a educação baiana. Por isso é necessário trabalhar e resgatar esta memória. Temos hoje uma grande biblioteca, além de espaço verde considerável e de estrutura arquitetônica bem singular, que faz o espaço ainda mais especial para estudantes e professores”.

Ex-aluna e professora

A professora Olga Cavalvante pode falar com propriedade sobre o Iceia. Após concluir o Curso Normal, em 1963, ela voltou à escola como professora em 1997. “Muita coisa mudou. Os tempos são outros. Antigamente não se tinha tanta liberdade, especialmente com a direção. Hoje tudo é muito mais participativo. Tenho muito orgulho de ser professora do Curso Normal (antigo Magistério). Acho, inclusive, que este curso deveria ser ainda mais divulgado e fortalecido”, diz.

A história do Iceia teve início com a Lei nº 37, publicada no dia 14 de abril de 1836, criando uma Escola Normal no Estado. O curso passou a funcionar no distrito da Sé, em Salvador. Em 1939 houve a mudança para o conjunto arquitetônico do Barbalho, onde funciona até hoje.