Educação e capacitação, assistência técnica e comercialização foram temas centrais da segunda rodada de reuniões entre o Governo do Estado e o Movimento dos Sem Terra (MST) da Bahia, na tarde desta quinta-feira (14), na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem). Representando o governo, as secretarias estaduais de Relações Institucionais (Serin), da Educação (SEC) e da Agricultura (Seagri), além de outros órgãos e autarquias.

O encontro também discutiu sobre a construção de escolas públicas nos acampamentos e a respectiva nomeação de diretores e professores. Questões relacionadas à produção agrícola (como o melhoramento genético de animais e a qualificação técnica dos pequenos produtores rurais) foram assuntos da primeira rodada, na quarta-feira (13).

De acordo com o secretário de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, as negociações fazem parte do ‘Abril Vermelho’, ato que marca o massacre em Eldorado dos Carajás, em 1996, no Pará. Na primeira reunião também foram avaliadas ações efetuadas pelo Estado nos assentamentos do MST e discutidas outras iniciativas previstas para beneficiar os trabalhadores rurais.

Entre as ações implementadas pelo poder público estão a construção de estradas para facilitar o acesso aos assentamentos, unidades de processamento de farinha, despolpadeira de frutas, assistência técnica, entrega de sementes e melhoramento genético de animais.

O coordenador estadual do MST, Márcio Matos, também cita o programa ‘Água para Todos’, que beneficiou os assentamentos do movimento. De acordo com ele, mais de 100 sistemas de abastecimentos de água foram instalados. “Muitas conquistas consolidadas, mas estamos aqui porque é importante negociarmos mais benefícios para os assentamentos. Estamos ainda no início das negociações e acreditamos que vamos avançar”. Os cerca de três mil integrantes do MST estão acampados na Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) desde segunda-feira (11).