O primeiro Centro Vocacional Tecnológico do Pescado (CVTT) da Bahia começou a ser construído pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Bahia Pesca, na Fazenda Experimental Oruabo, em Santo Amaro da Purificação. Serão investidos R$ 2,5 milhões. Quando estiver concluído, o CVTT será uma referência no uso e desenvolvimento de tecnologias de baixo custo voltadas a pescadores e aquicultores.

“Será um centro de pesquisa que permitirá ao produtor agregar valor ao fruto do seu trabalho. Um peixe cortado em filé ou defumado, por exemplo, pode ter um valor até três vezes maior do que aquele ‘in natura’”, afirma o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli.

O Centro surge como uma ferramenta científica e tecnológica para o setor produtivo pesqueiro, na busca do desenvolvimento sócioeconômico, a sustentabilidade dos recursos sob exploração e o equilíbrio ambiental. Por meio das colônias, cooperativas e associações, os produtores poderão usufruir das tecnologias desenvolvidas em conjunto com biólogos e técnicos em alimentação, dentre outros especialistas. As possibilidades de aumento de renda são inúmeras.

“Estes profissionais passarão não apenas a fornecer o peixe, mas também produtos de maior valor agregado. A tilápia, abundante na Bahia, pode ser filetada, defumada, transformada em nuggets, embutida e até mesmo virar hambúrgueres”, explica Albagli. Desta forma será possível aumentar a lucratividade com várias espécies que possuem baixo valor de mercado.

Outra vantagem é o melhor aproveitamento dos subprodutos. Eles podem ser transformadas em artesanato, carcaças viram polpas e espinhas servem como matéria prima para a produção de farinha de ossos.

Os preços nos mercados e feiras de Salvador dão uma ideia dos benefícios que o CVTT trará aos pescadores e aquicultores. Enquanto um quilo de uma tilápia ‘in natura’ sai por R$ 5, o mesmo peso do filé do produto, defumado, chega a atingir R$ 30. “Com a eliminação do intermediário, o pescador pode vender seus produtos por um preço maior e, ao mesmo tempo, o consumidor poderá comprar diretamente do produtor por um valor mais em conta”, diz o presidente da Bahia Pesca.

Além do Centro Experimental de Desenvolvimento de Produtos do Pescado, o local contará também com incubadora de empresas, restaurante-escola e laboratórios. As atividades a serem desenvolvidas envolvem avaliação de segurança e qualidade dos alimentos produzidos, triagem, identificação, mensuração, pesagem e evisceração dos pescados.