A importância da incorporação de novas práticas para o enfrentamento da mudança no perfil da morbimortalidade no Brasil, onde se observa o aumento nas doenças crônicas, entre elas, o diabetes, foi destaque do pronunciamento do secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, ao presidir, nesta quinta-feira (28), no Centro de Convenções da Bahia, a solenidade de instalação do evento ‘Diabetes Bahia – 2011: Tecnologia e Comunicação na Prática Clínica’.

O secretário chamou atenção para o papel fundamental da comunicação como ferramenta voltada às novas práticas, necessárias ao controle das doenças crônicas, e disse ser preciso transformações na atenção básica, com maior resolutividade e consequentemente a redução dos impactos decorrentes do diabetes e das demais doenças crônicas.

A coordenadora do Programa Nacional de Diabetes e Hipertensão Arterial e representante do Ministério da Saúde, Rosa Sampaio, disse que “as doenças crônicas são a Aids deste século”, e, pela sua gravidade, foram escolhidas como pauta da reunião mundial da Organização das Nações Unidas (ONU), a ser realizada em setembro deste ano.

“Dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) apontam para uma incidência de 6,2 de diabetes na população brasileira, ou seja, cerca de 10 milhões de diabéticos com diagnóstico feito, e mais os não diagnosticados. A doença vai vitimar grande número de brasileiros”, afirmou Rosa Sampaio.

O evento, que prossegue até o final da tarde desta sexta (29), é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)/Regional Bahia, em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), e tem por objetivo discutir e atualizar conhecimentos sobre os avanços em diabetes, reunindo médicos clínicos, endocrinologistas, cardiologistas, geriatras, residentes, estudantes de medicina e integrantes das equipes multiprofissionais que cuidam de diabéticos.

Avanços tecnológicos 

De acordo com o diretor científico da SBD/Regional Bahia e presidente da Academia Baiana de Medicina, Thomaz Cruz, os avanços tecnológicos estão cada vez mais contribuindo para a melhora do tratamento atual da diabetes, mas “o binômio do presente século para o cuidado das doenças crônicas envolve a educação dos pacientes, e, para o sucesso desta, a melhora da comunicação é muito valiosa, porque intensifica a adesão ao tratamento”.

O diretor científico da SBD, responsável pela conferência de abertura do encontro, sobre o tema ‘Importância da comunicação na adesão ao tratamento de doenças crônicas’, defendeu a necessidade do médico se comunicar com o paciente. “No caso das doenças crônicas, o médico deve não só informar, mas educar, não apenas informar, mas formar. É necessário ir transferindo o cuidado para o dono do agravo”, enfatizou Cruz, acrescentando que nas doenças crônicas é preciso orientação, comunicação e adesão, para se obter sucesso no tratamento.

A presidente da SBD/Regional Bahia e diretora do Cedeba, Reine Chaves, disse que o encontro é resultado de um trabalho intenso, “idealizado há mais de dois anos, e que, este ano, conseguiu tomar corpo e forma”. Segundo a especialista, o diabetes é uma pandemia no século XXI, responsável por elevadas taxas de mortalidade cardiovascular e morbidade por complicações crônicas no nosso País.

“Torna-se necessário que a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz sejam disponibilizados para todos. Portanto, é imperioso proporcionar aos profissionais que lutam cotidianamente na atenção básica de saúde, nos programas de Saúde da Família e nas redes secundária e terciária, uma atualização prática para o norteamento das condutas clínicas, dentro das novidades que a ciência oferece a cada dia”, explicou Tavares.