Seis pessoas foram indiciadas pelo crime de formação de quadrilha no episódio ocorrido, no dia 2 de março deste ano, no bairro da Pituba, em Salvador, onde um estudante universitário foi pressionado a pagar R$ 10 mil para não ser preso portando tubo de lança perfume. A informação foi divulgada, nesta terça-feira (5), pela corregedora da Polícia Civil, delegada Iracema Silva de Jesus, durante entrevista à imprensa, no auditório da Secretaria da Segurança Pública (SSP), no CAB, com a presença da promotora de Justiça, Ediene Lousado, que representou o Ministério Público Estadual.

Lotados na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), os investigadores Antônio Dante, que participou da tentativa de extorsão contra o estudante, e Jurandir Desidério – que mesmo ausente da ação fazia parte do grupo – foram indiciados ainda pelos crimes de concussão (exigência de vantagem indevida por parte de funcionário público) e resistência qualificada. Os dois estão presos na Corregedoria da Polícia Civil localizada na Chapada do Rio Vermelho.

Foram presos ainda Geison Sérgio Cerqueira da Silva e Leonardo Santos Costa, dois ‘informantes’ que se encontravam na viatura, sem padronização da DRFR, no momento da abordagem na Pituba. Permanecem foragidos (e com mandados de prisão expedidos pela Justiça) os também ‘informantes’ Philipe D’Ávila Costa e Valter Farias Dantas. Eles eram responsáveis por localizar comerciantes com mercadoria sem nota fiscal ou pessoas em situação irregular, que eram pressionadas e ameaçadas de prisão, caso não pagassem determinada quantia para o grupo pela liberação do produto. Outras vítimas foram ouvidas e comprovaram a ação da quadrilha.

“A polícia está empenhada em prender os outros dois integrantes do bando”, disse a corregedora da Polícia Civil, ressaltando que houve tentativa da prisão quando da ação dos criminosos na Pituba. “Mas a reação impediu que a captura fosse feita e o investigador Valmir Borges, também integrante do grupo, morreu durante o confronto”, explicou.

Investigações

A promotora Ediene Lousado destacou que foi realizado o acompanhamento das investigações e das provas periciais. “Todos os cuidados estão sendo adotados para preservar a vítima e sua família”. Ela disse que “o objetivo da quadrilha era chegar a um grande fornecedor de lança perfume e, por consequência, aumentar o dinheiro a ser obtido pela extorsão”. Segundo esclarecimento da promotora, o estudante universitário, flagrado com um tubo do produto, não foi preso nem indiciado porque a pequena quantidade não caracterizava tráfico de drogas.