As polícias Civil e Militar, com o apoio do Ministério Público Estadual, desarticularam na madrugada desta quinta-feira (14) um grupo que atuava em Pojuca e Gandu, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Foram presas oito pessoas acusadas por crimes de extermínio, extorsão e usurpação de função pública.

Entre os presos estão o delegado titular de Gandu, Madson Barros, um soldado da Polícia Militar, um agente de presídio e cinco agentes de proteção especial da 2ª Vara da Infância e Juventude de Salvador.

A “Operação Pojuca” prendeu os acusados em suas residências, nos municípios de Salvador (delegado), Pojuca, Catu, Simões Filho e Gandu. De acordo com a delegada do Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (COE), Ana Carolina Resende Oliveira, há indícios de que o grupo atuava em outros municípios da RMS. Os agentes de proteção se passavam por policiais civis nos municípios de Pojuca e Gandu e ofereciam ‘proteção’ aos moradores, atuando como milícia.

Os acusados também prendiam e executavam supostos traficantes de drogas, invadiam imóveis e apreendiam aparelhos de celulares e antenas parabólicas. Além disso, tinham porte ilegal de armas. Segundo a delegada, muitos dos armamentos encontrados na delegacia de Gandu não estavam registrados. “Eles utilizavam a estrutura da delegacia para cometer os crimes e coagir testemunhas”.

Dos 12 mandados de prisão expedidos pelo juiz criminal da Comarca de Gandu foram cumpridos oito. Quatro estão foragidos, mas a polícia continua investigando para efetuar a prisão. A investigação contra o grupo foi deflagrada há um ano e quatro meses na comarca de Gandu, logo após o crime de homicídio cometido em 1º de maio de 2009 contra Marcos José dos Santos Barbosa, envolvido com tráfico de entorpecentes.

O delegado adjunto da Polícia Civil, Bernardino Brito, afirmou que a investigação continua, a fim de descobrir outros crimes relacionados ao grupo. Ele enfatizou que a ação tem como objetivo retirar do quadro da polícia, policiais corruptos. Durante a operação foram apreendidas nove pistolas, uma espingarda calibre 12, quatro algemas, dois coletes balísticos, dois uniformes e um distintivo da Polícia Civil, munições de diversos calibres, notebooks, celulares, tablets, rádio comunicadores, duas placas de carros e luvas.

A promotora de Justiça do Ministério Público Estadual, Edilene Lousado, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate a Ações Criminosas (Gaeco), informou que os sete presos ainda estão no COE, mas serão transferidos para o presídio. O delegado ficará na Corregedoria da Polícia Civil.