Apresentações culturais, veículos itinerantes, conteúdos interativos e 26 estandes atraíram o público que encarou a chuva e compareceu à Praça Municipal, no Centro Antigo de Salvador (CAS), para a abertura da Feira da 9ª Semana de Museus, nesta quarta-feira (18).

Com o tema ‘Museu e Memória’, a programação foi iniciada segunda-feira (16). A iniciativa é da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), por meio da Diretoria de Museus (Dimus) do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). No estado existem mais de 200 espaços culturais, entre museus e memoriais, sendo que 88 estão distribuídos em diferentes pontos da capital.

Na feira o público tem acesso a estandes, que representam diferentes instituições, ao ônibus de Ciência e Tecnologia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e à Biblioteca Móvel, projeto itinerante de arte e cultura da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secult.

A Escola Municipal Nilton Alves de Almeida, do município de Catu, levou um grupo de crianças para o evento. Na opinião da diretora, Eliane Oliveira, uma oportunidade como essa é importante para o aprendizado das crianças. “Acho bastante interessante. Para nós, que viemos de uma cidade do interior, onde não temos informações desse tipo, é bastante proveitoso. Isso aqui é tudo novidade para eles e para mim”.

Irmã Dulce 
O estande do Memorial Irmã Dulce é um dos mais procurados. No local, são distribuídos gratuitamente folhetos informativos e fitinhas com o nome da religiosa baiana, que será beatificada no próximo domingo (22). “Adoro o trabalho realizado pela Irmã Dulce. Sempre que chega um visitante em Salvador, eu levo para conhecer o Memorial”, disse o agente de viagens Moyses Cafezeiro.

De acordo com a diretora de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, Maria Célia Moura Santos, o espaço para a instalação da feira foi estratégico. “Escolhemos a Praça Municipal para que os usuários do Elevador Lacerda tenham condições de conhecer um pouco mais desses equipamentos chamados museus. Nossa motivação foi mobilizar todos os museus da Bahia nesta semana, de uma forma que eles se relacionassem mais com a sociedade”.

De acordo com a Secult, entre 2007 e 2010, mais de um milhão de pessoas visitaram os museus do Estado que, além do acervo permanente, realizaram cerca de 150 exposições. Um exemplo é a mostra do artista contemporâneo israelense David Gertein. Dezenas de peças dele estão expostas até o dia 19 de junho, no Salão de Exposições Temporárias no Museu de Arte da Bahia (MAB).

Novos espaços 
Na opinião do diretor do Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Francisco Portugal, “vemos que no Brasil, particularmente na Bahia, houve avanço, sobretudo na parte de museus. Cada vez mais o povo anseia por locais onde ele possa conhecer os processos evolutivos de uma cidade, por exemplo. Sem saber o que fomos no passado, não seremos nada no futuro. Os museus têm participação muito forte nesse processo”.

Também foram abertos oito novos espaços de exposição – um no Museu de Arte Moderna (MAM), três no Centro Cultural Solar Ferrão (que se tornou o maior espaço expositivo do Pelourinho), dois no Palácio Rio Branco, um no Museu da Cerâmica Udo Knoff e um no Palácio da Aclamação.

Duas coleções do estado também foram apresentadas ao público (a de arte popular de Lina Bo Bardi e a de Arte Africana de Claudio Masella), e a coleção de plásticas sonoras e instrumentos de Walter Smetak, de propriedade da família do músico, que finalmente ganhou abrigo adequado e cuidados técnicos, além do olhar do público.