Nesta terça-feira (17), às 17h, no auditório da Biblioteca Pública do Estado (Barris), a professora doutora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Cecília Conceição Moreira Soares, ministra aula no curso Conversando com sua História, do Centro de Memória da Bahia, abordando o tema ‘Ialorixá Cecília do Bonocô – História de vida’. O assunto é da sua tese de doutorado, defendida na Universidade Federal da Pernambuco. As inscrições são gratuitas e os participantes recebem certificados.

A autora destaca as passagens em vários processos ritualísticos de diferentes culturas como a ameríndia, a europeia e a africana, mas com o enfoque na religião de matriz africana, ela fala dos distintos momentos de vida da ialorixá e as ações que a manteve ligada às tradições do Candomblé.

“A vida religiosa de matriz afro-brasileira da ialorixá é muito rica, tendo em vista que, anteriormente à iniciação na nação Ketu, ela passou pelo catolicismo popular, por outras vertentes religiosas, fundou uma sessão espírita e, só depois, teve a passagem definitiva para o mundo do Candomblé. Na religião afro-brasileira, recebeu a dijina Onã Sabagi, que significa ‘caminho’, local onde se realiza os rituais de iniciação da nação jeje”, ressalta a professora, neta da yalorixá.

História
Cecília do Bonocô foi fundadora do Ilê Axé Maroketu, em 1943, uma tradicional casa de candomblé Ketu, com tradições Jeje, situada no bairro de Cosme de Farias, em Salvador. Hoje liderada por sua neta. “O que é interessante na análise da história de vida da ialorixá é o fato de ser tão cheio de simbolismo e pertencimento religioso e de permanecer na memória do Povo de Santo, enquanto exímia olhadeira em copo d’água e pela força do seu Orixá Obaluaiyê”, explica a professora.