O governador Jaques Wagner inaugurou nesta sexta-feira (27) o Sistema de Disposição Oceânica Jaguaribe, na Boca do Rio. Com a obra, que vai beneficiar também o município de Lauro de Freitas e custou R$ 250 milhões, Salvador será uma das cidades mais bem servidas do Brasil na questão de esgotamento sanitário, com a cobertura alcançando 90% da sua população até o final de 2012.

A principal obra de saneamento básico dos últimos 25 anos na capital baiana foi realizada mediante a Parceria Público-Privada (PPP), a primeira do país na área, e será administrada pela iniciativa privada durante 15 anos, período após o qual o sistema passa a fazer parte do patrimônio da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).

“A empresa privada se endividou, contratou e fez a obra. Esta é a vantagem da PPP, pois agora o Estado assume o pagamento mensal da utilização do serviço e, se amanhã der um problema e a empresa parar de fazer o tratamento do esgoto, vamos parar de pagar”, disse o governador.

Ele destacou os benefícios diretos do emissário. “A gente pode citar a área de saúde. Não teremos mais necessidade de esgoto a céu aberto e há a preservação do meio ambiente, com a descontaminação de rios, lagos e da água do subsolo. Portanto, é a melhoria da qualidade de vida para todo mundo”.

Outro ponto importante, segundo Wagner, é o fato de que a obra não causou transtornos à população. “Pouca gente sabia que o emissário estava sendo construído. Foram dois anos e meio de serviços sem perturbar o tráfego e o trânsito. Tenho tranquilidade para dizer que todos os cuidados ambientais foram tomados”.

Para o presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho, Salvador já conta com o emissário submarino do Rio Vermelho há praticamente 40 anos e naquela área o povoamento de peixes melhorou e também a capacidade de pesca.

“Este é um processo dos mais avançados, mais inteligentes e baratos. A própria composição da água do mar favorece a diluição dos efluentes sem prejudicar o meio ambiente e a balneabilidade das praias”, afirmou Oliveira Filho.

O emissário submarino da Boca do Rio foi construído com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e faz parte do programa Água para Todos. “Essa obra integra várias intervenções que estamos fazendo em Salvador. São R$ 850 milhões de recursos já assegurados”, declarou o presidente da Embasa.

Capacidade

O emissário está dividido em duas partes: uma, terrestre, com 1.342 metros, e outra, submarina, e começa a funcionar utilizando apenas metade da sua capacidade, de seis mil litros de efluentes por segundo. O esgoto será despejado a 40 metros de profundidade e a uma distância de mais de 3,6 quilômetros da praia.

Antes de serem despejados no oceano, os efluentes passam por um tratamento para a remoção dos sólidos grosseiros e finos, como garrafas, plásticos e areia, que são destinados ao aterro sanitário, e também de odores.

Das 27 bacias de esgotamento sanitário em Salvador, sete estão ligadas ao emissário. Até o final de 2012, outras três bacias, que estão em construção nos bairros de Águas Claras, Trobogi e Cambunas, também estarão integradas ao sistema. Para Lauro de Freitas, falta ainda o município realizar as obras e as ligações domiciliares no município, além da construção da ligação entre a cidade e o sistema.

Publicada às 10h10
Atualizada às 13h20