Aumentou a participação dos jovens na População Economicamente Ativa (PEA) da Bahia, na condição de trabalhador formalizado, de 17,1% em 2001 para 24,7% em 2009; a taxa de informalidade foi reduzida; e os graus mais elevados de escolaridade aumentaram. Estes dados estão no relatório “Juventude e Trabalho: A Inserção Produtiva dos Jovens no Mercado de Trabalho da Bahia nos anos 2000”, lançado nesta quinta-feira (5), durante o II Encontro Baiano de Conselhos e Gestores de Políticas Públicas de Juventude, promovido pela Secretaria de Relações Institucionais do Governo do Estado (Serin).

O relatório, um minucioso estudo sobre a inserção do jovem no mercado de trabalho na década passada, é o primeiro trabalho de análise estrutural elaborado pelo Observatório do Trabalho da Bahia, programa desenvolvido no estado por meio de convênio firmado entre a Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Outro dado do relatório, apresentado pelo coordenador do Observatório do Trabalho, Frederico Fernandes, revela uma diminuição entre os jovens que apenas estudam: 24,8% em 2009, contra 29,3% em 2001. E um acréscimo na faixa dos jovens que apenas trabalham: 33,7% em 2001, contra 39,3% em 2009. “Esse dado é preocupante, já que estamos falando de uma população na faixa etária dos 14 aos 29 anos”, observa Fernandes.

Diálogo Social 

O chefe de Gabinete da Setre, Elias Dourado, que representou o secretário Nilton Vasconcelos, afirmou que “o Relatório será uma importante ferramenta para subsidiar na construção de políticas públicas para a juventude”. A supervisora dos Observatórios do Trabalho, Ângela Schwengber, do Dieese, ressaltou que a promoção do diálogo social é, também, uma das funções do Observatório do Trabalho. “Por isso a socialização desses dados é de extrema importância”, conclui.

Após o lançamento do Relatório, aconteceu a mesa de debates Juventude e Mercado de Trabalho da Bahia: Análises e Perspectivas, quando foram apresentados, pela coordenadora de Programas e Projetos e Especiais da Setre, Rosane Porto, os programas voltados para a qualificação dos jovens. Já a auditora fiscal do Trabalho e coordenadora do Fórum Baiano de Aprendizagem Profissional, Marli Costa Pereira, falou sobre a legislação do jovem aprendiz.

Encontro termina com anúncio de criação de novos conselhos municipais

Como resultado do II Encontro Baiano de Conselhos e Gestores de Políticas Públicas, ficou definido que o foco das ações políticas das organizações juvenis deve ser a criação de novos conselhos municipais no estado, assim como a consolidação daqueles já existentes ou que ainda estão em fase de implementação efetiva. Em comparação com outros estados, a Bahia possui poucos municípios com conselhos juvenis formados, menos de 30 ao todo, contra mais de 100 no estado vizinho de Pernambuco, por exemplo.

Katia Dudyk, da Comissão de Articulação de Diálogo do Conselho Nacional de Juventude, afirmou que “esse tipo de encontro fortalece a rede e potencializa a criação de novos conselhos, aumentando a participação política da juventude.”

O presidente do Conselho Estadual de Juventude, Juremar Oliveira, disse que este II Encontro, pelo grande número de municípios participantes, é um sintoma da construção de uma grande conferência de juventude na Bahia no futuro, na qual deverão ser ampliados o número de municípios, a quantidade de jovens e a qualidade das propostas que serão aprovadas na conferência.”

O II Encontro de Gestores e Conselheiros da Juventude da Bahia foi aberto quarta-feira passada (4) e encerrado nesta quinta-feira (5), no Espaço de Eventos do Colégio Dom Bosco/Salesiano, na Paralela.