O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri) vão organizar caravanas do Pronaf na Bahia para divulgar e expandir o programa “Mais Alimentos”, fazendo com que agricultores familiares tenham acesso à tecnologia. A primeira caravana do MDA será na cidade de Juazeiro, durante a realização da 22ª Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri), nos dias 27 e 30 de julho deste ano.

“Vamos montar um estande do Mais Alimentos, convocar os bancos as concessionárias e os fabricantes de tratores, colheitadeiras e de implementos agrícolas de toda região”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, que espera também contar com o apoio dos prefeitos. “Aumentar a produtividade da agricultura familiar é um desafio nosso”, completou, lembrando que 74% da mão de obra no campo é da agricultura familiar.

A organização das caravanas foi uma das decisões da reunião realizada na segunda-feira (6), na Seagri, entre o ministro e o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, da qual participaram o presidente da Desenbahia, Luis Petitinga, diretores da EBDA e os superintendentes dos Banco do Nordeste (BNB), e do Banco do Brasil (BB), Nilo Meira Filho e Edson Pascoal, respectivamente.

O “Mais Alimentos” destina recursos do governo federal para investimentos em infraestrutura, permitindo o ingresso da tecnologia na pequena propriedade rural, com o objetivo de aumentar a produção e a produtividade da agricultura familiar. O limite de crédito é de R$ 130 mil, com três anos de carência e sete anos para pagar, com juro de 2% ao ano. É assim no Brasil inteiro, mas na Bahia o juro é zero para o agricultor, porque aqui quem paga o juro é o governo.

O “Mais Alimentos”, segundo explica Eduardo Salles, é um programa estruturante que permite ao agricultor familiar o investimento em modernização e aquisição de máquinas e de novos equipamentos, correção e recuperação de solos, resfriadores de leite, melhoria genética, irrigação, implantação de pomares, viveiros e armazenagem. “O pequeno produtor pode adquirir de um facão a um trator”, resume o secretário.

Renegociação de dívidas

O ministro e o secretário acertaram, também, com as instituições financeiras a adoção de medidas para agilizar a renegociação das dívidas agrícolas, tirando da inadimplência mais de 80 mil agricultores familiares. “A lei 12.249 expira em 30 de novembro deste ano e muitos agricultores ainda não acertaram as contas”, disse Afonso Florence, solicitando o apoio dos bancos para acelerar a renegociação.

A lei 12.249 concede remissão aos agricultores com dívidas de até R$ 10 mil contratadas até janeiro de 2001. Os contratos feitos depois desta data têm bônus que vão de 15 a 85%, explicou Wilson Dias, superintendente da Suaf.

Os superintendentes do BNB e do BB, Nilo Meira e Edson Pascoal, reafirmaram apoio ao Pronaf, e discutiram com o secretário e o ministro as formas e alternativas no sentido de ampliar o atendimento aos agricultores familiares, eliminando os entraves na concretização dos contratos de financiamento.