Mais 400 jovens são capacitados para o mercado de trabalho na Bahia

A construção civil passa a contar com mais 400 jovens capacitados pelo Projeto Educar para Construir, que tem como objetivo promover o desenvolvimento social por meio da inserção no mercado de trabalho. A formatura foi realizada nesta terça-feira (14), no bairro de Plataforma (subúrbio ferroviário de Salvador), com a presença do governador Jaques Wagner.

O governador declarou que todas essas iniciativas de qualificação de jovens, em qualquer área, são muito importantes. “Nossa juventude tem muita energia, criatividade e quer portas abertas. É preciso despertar nesses jovens a capacidade e abrir uma oportunidade para que eles venham a se encaixar no mundo do trabalho e viver com dignidade”.

É o caso de Maristela de Jesus, 19 anos, moradora de Plataforma. “Minha vida mudou 100%. Amei fazer o curso e estou sendo contratada antes mesmo do estágio acabar. Aprendi tudo sobre instalação de água, esgoto, a fazer manutenção em peças danificadas. Aprendi muitas coisas. Agora, vou dar continuação, fazer curso técnico de edificações e quero ter um diploma de engenharia”.

Gleiziane Estrela, 19 anos, moradora do Lobato, também aproveitou a chance. Ela se capacitou para auxiliar de pedreiro e recebeu o certificado das mãos do governador. “A mulher precisa ter oportunidades. Aprendi a fazer levante, fazer massa, várias coisas. A profissão de pedreiro está sendo muito procurada, e as mulheres estão se encaixando na atividade, o que não acontecia antigamente”, disse a jovem.

Fábio Morais, 22 anos, de Sussuarana, recebeu o certificado para auxiliar de eletricista e agora pensa em trabalhar e se especializar. “Nunca havia tido contato com elétrica e o curso foi muito interessante. É uma área boa. Já estou buscando outros cursos para me especializar, seguir a carreira e ser um bom eletricista”.

Anúncio de novas turmas

Na ocasião, foi anunciada a abertura oficial das turmas de aprendizes deste ano, que estão beneficiando mais 320 jovens, sendo 220 na unidade de Novos Alagados e 100 na unidade do Bairro da Paz. Para fazer parte do Educar para Construir, é preciso ter entre 18 e 24 anos, ter identificação com o setor da construção civil e estar matriculado e frequentando escola pública entre a 5ª série do ensino fundamental e o 3º ano do ensino médio.

O secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Carlos Brasileiro, declarou que a capacitação de jovens não é tarefa só da Sedes. “Somadas todas as ações de inclusão produtiva, capacitação e geração de possibilidade de renda para a juventude na Bahia, já são mais de 22 mil jovens beneficiados inclusive em outras frentes, não só na Sedes, mas também pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e outras”.

Segundo Brasileiro, nos últimos 45 dias, foram capacitados pela Sedes 1,6 mil jovens em vários segmentos. “Esse projeto deve ser duplicado e estamos fazendo todo o trabalho de gerenciamento para novas parcerias, para que na próxima turma não tenhamos apenas 400, mas 800 jovens sendo capacitados, garantindo o futuro da Bahia e do Brasil”.

Parcerias

O Projeto Educar para Construir, que faz parte do Programa Jovens Baianos/Trilha, é realizado pela ONG Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana (CDM), em parceria com a Sedes. A iniciativa conta com a parceria do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon/BA) e de 45 empresas da construção civil, que contratam os jovens como aprendizes.

O presidente da CDM, Heli Mansur, explicou que a entidade está autorizada pelo Ministério do Trabalho a capacitar jovens para a construção civil. “Então, as empresas estão contratando aprendizes, o que é uma obrigação legal, e ao mesmo tempo formando mão de obra especializada para si próprias”.

Para o governador, é importante atender a demanda de mão de obra qualificada na Bahia. “Há várias oportunidades de emprego e às vezes falta gente preparada para suprir essa necessidade. As novas tecnologias estão chegando e se as pessoas não estiverem preparadas não poderão aproveitar essas oportunidades”.

Ajuda de custo

Os cursos têm duração de um ano, sendo cinco meses de teoria e sete de prática. Cada aprendiz conta com carteira assinada e recebe meio salário mínimo para participar da capacitação.

Os cursos são para os ofícios de pedreiro, eletricista, encanador e carpinteiro, além de almoxarife. A carga total é de 960 horas, sendo 400 de teoria e 560 de prática na empresa, com aulas ministradas de segunda a sexta-feira.

O Educar para Construir existe desde 1999, mas a partir de 2006 passou a ter o apoio da Sedes e, posteriormente, se voltou à Lei de Aprendizagem (10.097, promulgada em 19 de dezembro de 2000), formando jovens aprendizes para o mercado de trabalho. Até agora, já foram qualificadas 1.840 pessoas.

Publicada às 8h50
Atualizada às 13h55