Alunos do Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, no município de Santa Inês (a 303 quilômetros de Salvador), aprendem química de forma descontraída. Integrando as comemorações do Ano Internacional da Química, os professores da disciplina na unidade lançaram um desafio aos estudantes do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio: o projeto Molécula da Semana, que tem o objetivo de mostrar como a química faz parte do cotidiano de cada pessoa. A atividade já ganhou destaque nacional no portal da Sociedade Brasileira de Química.

No dia do naftaleno, por exemplo, além de confeccionar o formato da molécula, usando bolinhas de isopor e palitos de churrasquinho, os estudantes levaram para a sala de aula naftalina para exemplicar um produto do dia a dia que contém a molécula estudada. Eles também já levaram café para a escola, no dia da cafeína, e sal de cozinha, no dia do cloreto de sódio. Até o final do ano, serão trabalhadas 36 diferentes moléculas no projeto coordenado pelos professores José Alfredo Santos Souza, Luzineide Silva e Lourival Tal.

“Por ser uma ciência abstrata, a química não costuma despertar o interesse dos alunos. Quando a gente muda a metodologia de ensino, os estudantes ficam mais curiosos. Exemplo disso é que a participação deles hoje nas aulas é bem maior”, constata o professor José Alfredo, que trabalha há dois anos na unidade.

Estudante do 3º ano, Géssica Luana Almeida, 18 anos, confessa que não compreendia a química e, portanto, não gostava da matéria, até ser aluna do professor Alfredo. “Ele conseguiu envolver as turmas com a disciplina de forma muito prazerosa, despertando a nossa curiosidade e tornando tudo mais fácil de aprender”.

Quem também aprova a iniciativa é Taíse dos Santos Dias, 16, do 2º ano. “Acho esse projeto muito legal. Passei a gostar de química porque agora estou aprendendo muito nas aulas”, diz a aluna, orgulhosa de ter estudado, na prática, a molécula do cloreto de lítio.

Tabela periódica

Esta não é a primeira vez que o professor José Alfredo inova para tornar o aprendizado mais prazeroso em sala de aula. No ano passado, o tema da experiência foi a tabela periódica. “Também levamos os elementos da tabela para o dia a dia. Os alunos reproduziram os elementos numa tela de pintura e fizemos uma exposição com eles”.

O professor José Alfredo explica que é preciso estar inovando sempre para despertar nos estudantes a vontade de aprender. “É como diz aquele ditado, ‘quem não tem cão, caça com gato’. Gosto muito do que faço e quando a gente faz o que gosta, se dedica e se dá de corpo e alma”.

Experimento Global

Ainda como parte das atividades comemorativas do Ano Internacional da Química, muitas outras ações acontecem nas escolas da rede estadual com o apoio da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC). Estudantes do Colégio Estadual de Aplicação Anísio Teixeira, por exemplo, recolheram amostras de água, no Dique do Tororó e no Forte São Marcelo, para avaliar o pH da substância. Os resultados serão enviados ao Banco de Dados do Experimento Global.

Há também o Projeto de Uso Racional da Água e Energia nas Escolas, que é resultado da parceria entre a Secretaria da Educação e a Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos (Teclim) da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

O projeto promove espaço para o diálogo e melhoria no gerenciamento deste recurso, na perspectiva de incorporar valores voltados ao exercício da cidadania no trato com a água e energia, incentivando o consumo sustentável e a eficiência no uso dos recursos públicos, nas dimensões ambiental e econômica do segmento social.

Celebração

O Ano Internacional da Química foi aprovado e proclamado na 63ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Coube à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e à União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) a coordenação das atividades mundiais. O objetivo é a celebração das grandes descobertas e dos últimos avanços científicos e tecnológicos da química.