Para quem preferiu ficar em Salvador nesse período de festejos juninos, o “São João no Pelô”, nas ruas do Centro Histórico, é uma ótima opção, desde a última sexta-feira (17). Turistas e baianos, sem pegar estrada, podem arrastar o pé ao som de uma diversificada programação musical. Praças, esquinas e largos do Pelourinho lembram as tradicionais festas do interior, com apresentação de quadrilhas, na Praça Municipal, barracas repletas de iguarias típicas e um manjar sonoro proporcionado pelas atrações da noite.

Com investimentos que somam R$ 10 milhões, a festa, de realização do Estado da Bahia, por meio das secretarias do Turismo e de Cultura e do Ministério do Turismo, agitou a folia na última sexta-feira (24), com os shows de Val Macambira, Genival Lacerda e a banda Estakazero no palco principal, localizado no Terreiro de Jesus. A penúltima noite de forró em Salvador brindou os mais de 20 mil forrozeiros de plantão com a valorização do folclore nordestino.

Para o secretário do Turismo, Domingos Leonelli, o balanço é positivo nesses cinco dias de forró, sem registros de ocorrência policial. “É a comprovação de que o São João é o Natal do nordestino. Salvador, Porto Seguro e Ilhéus registraram mais de 20% de aumento na ocupação em hotéis. Isso significa um aquecimento do setor de turismo”.

Segurança

Para garantir que uma multidão pudesse brincar com tranquilidade, um efetivo de 2.250 policiais militares esteve a postos em toda área e no entorno do Pelô. Os policiais contam também com o apoio de 12 câmeras de monitoramento capazes de acompanhar a movimentação do público, 10 postos de observação e oito pontos de abordagem, com detectores de metais nas vias de acesso. “Além disso, na Praça da Sé, foi montado um posto de atendimento ao cidadão e temos o apoio do moto patrulhamento para que todos possam aproveitar a festa no melhor espírito junino”, disse o coronel José Jorge Nascimento.

Roteiro turístico

Esse é o quarto ano consecutivo que Salvador participa do roteiro junino junto com cerca de 400 municípios, que desde 2008 recebem apoio do poder público. O objetivo do projeto é aquecer o setor durante a baixa estação, gerando emprego e renda.

Grandes nomes da música nordestina como Alceu Valença, Cicinho de Assis, Del Feliz, Gereba e Celo Costa ainda vão subir aos palcos. Durante os seis dias, a capital baiana se tornou a ‘Terra do Forró’ com mais de 150 atrações gratuitas, sendo mais de 90% baianas.

Além dos festejos na capital, este ano, 100 municípios receberam apoio do governo, por meio da Bahiatursa. De acordo com os critérios: tradição, justificativa turística, dimensão do evento (público, estrutura e repercussão na mídia), população e disponibilidade financeira do Estado, as cidades puderam organizar as comemorações com recursos que variaram entre R$ 30 mil e R$ 100 mil.

Pela primeira vez na capital, o geólogo Vitor Hugo, 55 anos, aproveitou o clima de segurança para curtir o melhor da tradição nordestina com a família. “Apesar de ser uma festa de grande dimensão, o Pelourinho tem uma característica de cidade do interior. Percebi que muitas famílias aproveitaram o dia para acertar o passo e ouvir o que há de melhor”.

A baiana Sueli Conceição, que há 36 anos vende acarajé, não sente mais saudade dos arraiás do interior. Desde 2006, ela vive o clima junino na capital e aproveita para trabalhar em ritmo de festa. “Tudo que tem no interior aqui também tem: bandas, comidas, licores, quadrilhas e ainda dá para economizar um dinheirinho”.