O 3º Festival do Chocolate da Bahia, aberto na noite desta quarta-feira (6), em Ilhéus, no Território de Identidade Litoral Sul, demonstra que a produção de um dos principais derivados do cacau é uma das apostas para a economia da região sul do estado.

Especialistas do Brasil e do exterior, empresários do ramo e autoridades, entre elas, o governador Jaques Wagner e o secretário estadual do Turismo, Domingos Leonelli, participaram da abertura do evento, que prossegue até domingo (10), no Centro de Convenções da cidade, com oficinas, palestras, reuniões de negócios, exposição e comercialização de equipamentos e chocolates.

De acordo com o governador, além do festival, outras estratégias estão sendo formatadas com o intuito de aproveitar ainda mais a potencialidade baiana na produção de cacau.

“Estamos ressurgindo com muita força. No próximo ano estaremos trazendo o Salão do Chocolate europeu para a Bahia. Já temos a primeira fábrica de chocolate de cooperativa da agricultura familiar, em Ibicaraí, e queremos replicar essa experiência em outras cidades, de tal forma que possamos agregar valor. Nosso chocolate é tipo exportação. É uma alegria ver o brilho nos olhos daqueles que não querem abandonar a lavoura”.

O Salon Du Chocolat – nome original do festival – faz parte do calendário de eventos de cidades como Paris, Nova Iorque, Tóquio, Pequim, Moscou, Xangai e, em 2012, Salvador. Segundo o superintendente da Costa do Cacau Convention Bureau e coordenador-geral do festival, Marcos Lessa, a intenção é discutir a produção, aumentar o fluxo de visitantes na cidade e apresentar à região e aos turistas um chocolate de qualidade feito a partir de um excelente cacau.

“Temos um leque muito grande de opções em torno do cacau e principalmente do chocolate. Reconhecemos que não existiria o festival sem o apoio do governo e suas secretarias”, enfatizou Lessa. O governador informou também que a Secretaria do Turismo (Setur) está responsável pela elaboração de um Circuito Turístico do Chocolate no entorno de Ilhéus.

Wagner observou ainda que a construção de estradas na região e a implantação do Complexo Intermodal do Porto Sul, que inclui a Ferrovia de Integração Oeste/Leste (Fiol), mais o novo projeto do aeroporto da cidade são investimentos de infraestrutura que irão alavancar a economia.

Há dois meses foi inaugurada, em Ilhéus, a primeira fábrica de chocolates finos, que realiza todo o processo, do cultivo à comercialização. Localizada no distrito de Rio do Engenho, a 20 quilômetros da sede, a Fábrica de Chocolate Itacaré significa que a cadeia produtiva do cacau se reativou e deverá aquecer ainda mais a economia regional, com a geração de emprego e renda.

De acordo com a proprietária, Diva Fátima Landenberger, os negócios estão “dando certo. Estou realmente muito satisfeita com o investimento. Era um sonho da nossa família, das pessoas que coordenam a empresa. Estivemos em Brasília, na feira internacional de agronegócio, onde o nosso chocolate teve uma aceitação maravilhosa. Hoje possuímos oito candidatos para a franquia, lá. Agora, estamos analisando o cadastro dessas pessoas”.

Na unidade são produzidos cinco tipos de chocolate e a utilização de mão de obra local é uma das metas da empresa. Nascida em Ilhéus, Rita de Assis trabalha como supervisora de estoque na fábrica. “Produzir chocolate é muito bom. Cada dia é uma surpresa, uma novidade diferente e está sendo muito bom para mim e muitas pessoas que moram na região”.

Fábrica de Ibicaraí

Outra fábrica de chocolates também tem movimentado a economia da região. Inaugurada no fim de 2010, no município de Ibicaraí, a Bahia Cacau – Chocolate Fino da Bahia é a primeira da agricultura familiar no país. A matéria-prima é fornecida por 138 famílias de pequenos agricultores dos municípios de Ibicaraí, Coaraci, Buerarema, Itajuípe, Uruçuca e Floresta Azul.

A gerente da fábrica de chocolates, Anne Costa, explica que são produzidos aproximadamente 20 quilos de chocolate fino por dia. Até o início do próximo ano é esperado um crescimento de 15% para, a partir daí, ser comercializado para o estado da Bahia e o Nordeste. “Nós só compramos o cacau dos produtores da Cooperativa da Agricultura Familiar da Bacia do Rio Almada e Adjacências (Coofba)”, finalizou.