A cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, recebe a exposição ‘Cores, Formas e Texturas Nascidas do Barro’, da artista plástica Silvia Lopes. O público pode visitar a mostra, na Casa Afrânio Peixoto, até o dia 29 deste mês, das 8h30 às 18h, e conhecer as famosas mandalas pintadas com engobe, esculturas, peças de interior para decoração e ainda objetos utilitários esmaltados.

São 85 peças modeladas manualmente ou no torno, em diferentes tipos de argila – terracota, marfim, creme e preta. Trata-se de revisitação do percurso da artista, desde a época em que morou em Lençóis. Inspirada pelas terras e areias coloridas da Chapada, ela introduz o engobe como pintura cromática de suas obras, iniciadas nos anos 90. É dessa época o surgimento das suas mandalas.

“Meu trabalho segue o princípio da mandala. Ele é o centro da minha vida. Não importa aonde for eu o levo sempre comigo”, diz Silvia. Engobe é o mais antigo método cerâmico cromático, nascido da observação de que na natureza existiam argilas de diferentes cores (vermelhas, ocres marrons e brancas, de variados matizes) com que se podiam colorir as peças ao aplicar umas sobre as outras. Era prática comum nas civilizações da antiguidade, orientais ou pré-colombianas, o que pode ser facilmente constatado por meio de visitações a museus com este tema, tanto no Brasil como no exterior.

Silvia Lopes nasceu em Belém do Pará, passou a infância e a adolescência em São Luís do Maranhão. Na Bahia e em São Paulo se estabeleceu como artista plástica. Atualmente, mora e trabalha em Salvador. Com formação na Universidade Federal da Bahia (Ufba), a artista plástica, artesã, ceramista e desenhista Silvia transforma o barro em peças que vão desde objetos decorativos a utilitários – canecas, vasos, pratos, cumbucas para sopa e abajures, que podem ser comprados e aproveitados em casas de campo, de praia ou morada.