Construir e pactuar compromissos entre a sociedade civil e o governo para efetivar o direito humano à alimentação adequada e saudável no estado. Este é o objetivo principal das conferências de Segurança Alimentar e Nutricional, que acontecem desde o início de junho em 19 territórios de identidade da Bahia.

Quarenta e um municípios dos territórios do litoral sul e baixo sul se reuniram desde domingo (24), em Itabuna, e nesta segunda-feira (25), em Valença, para analisar os avanços, as ameaças e as perspectivas para a efetivação de uma melhor alimentação e pela promoção da soberania.

Os conferencistas apresentarão elementos para a construção do Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), avaliar e fazer recomendações para avançar e qualificar o processo de implementação do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional na Bahia e no Brasil, visando o fortalecimento da intersetorialidade (diálogo entre as secretarias de governo).

Representando o secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Estado, Carlos Brasileiro, a coordenadora de Programa Especiais da Sedes, Marlúcia Alves Nunes, destacou, durante a abertura das conferências em Itabuna, as diversas ações que estão sendo realizadas para o enfrentamento e superação da extrema pobreza na Bahia como os programas de inclusão produtiva, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e projeto Cisternas, entre outros.

Marlúcia falou também sobre o papel das mulheres na cadeia alimentar no âmbito da família, do trabalho e das políticas públicas, considerado essencial para a construção de mudanças que favoreçam melhorias na condição da vida da população. “Devemos nos engajar e assumir o papel na vida política e na gestão pública, sobretudo no que tange à segurança alimentar, para garantir um Brasil sem fome e sem miséria”.

A representante do Conselho de Segurança Alimentar (Consea), do litoral sul, Rosa Oliveira, enfatizou as discussões junto aos territórios para a construção de uma política social que converge entre o campo e a cidade. “Esse chamamento diz respeito às questões estruturadas e exige de nós a tarefa de construir proposições que, de fato, garantam alimentação de qualidade e de fácil acesso a toda pessoa humana, sem distinção”.

Baixo Sul

Em Valença, nesta segunda-feira, o representante do Consea, Carlos Eduardo Leite, destacou as conquistas por meio da efetivação de propostas apresentadas pela sociedade organizada a partir da consonância com as políticas públicas dos governos estadual e federal. Ele citou a Emenda Constitucional que estabelece ao cidadão o direito à alimentação saudável e de qualidade como uma das principais conquistas do brasileiro. “Estamos num processo de construção, mas vários avanços e conquistas já aparecem. Os desafios ainda são enormes, mas com a parceria entre o governo e a sociedade civil organizada, traçamos estratégias para o desenvolvimento regional”.

A representante do colegiado do Território do Baixo Sul, Luana Carvalho Silva, disse que os debates e as avaliações reforçam e são essenciais na definição de estratégias para o combate e erradicação da insegurança alimentar. Também estiveram no encontro em Itabuna, o prefeito José Nilton Azevedo e o pró-reitor do Campus da Universidade de Santa Cruz (Uecs), Raimundo Bonfim.