O resultado do Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (Iceb) do mês de maio revelou pequena queda nas expectativas dos empresários do estado, registrando 120,7 pontos, seguindo a tendência de estabilidade dos últimos três meses, permanecendo na zona de otimismo moderado. O índice, calculado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan), mostra que os setores agropecuária e serviços e comércio arrefeceram, enquanto a indústria melhorou suas expectativas, uma vez que o Banco Central reavaliou o crescimento econômico em 2011 para 4% ao ano.

Em relação ao mês imediatamente anterior, o setor agropecuária apresentou queda de 111,4 pontos percentuais (p.p.) e atingiu 180,6 pontos, ao passo que o setor de serviços e comércios caiu 32,6 p.p. e registrou 188,9 pontos. Os dois se encontram na zona de otimismo moderado. A indústria, que havia registrado recorde histórico negativo, reagiu, apresentando -52,1 pontos, 58,1 p.p. a mais que o mês imediatamente anterior. Entretanto, o setor segue na zona de pessimismo moderado.

O questionário da Pesquisa de Confiança do Empresariado Baiano divide-se em duas partes. A primeira é referente às variáveis econômicas (PIB, câmbio, inflação e juros) e a segunda ao desempenho das empresas (vendas, crédito, situação financeira, emprego, capacidade produtiva, abertura de unidades). No mês de maio, as variáveis econômicas demonstraram maior otimismo do que as variáveis de desempenho das empresas. As variáveis econômicas apresentaram evolução de 20,5 p.p., atingindo 126 pontos, enquanto as variáveis de desempenho decresceram 57,6 p.p., chegando aos 73,3 pontos, segundo valor mais baixo desde que se iniciou a pesquisa.

No que concerne às variáveis econômicas, apenas o setor agropecuária reduziu suas expectativas, deslocando-se da zona de otimismo para a zona de otimismo moderado. Os setores indústria e serviços e comércio majoraram suas expectativas, embora o governo tenha mantido a política monetária restritiva, sendo que a indústria melhorou o suficiente para sair da zona de pessimismo moderado e entrar na zona de otimismo moderado. Quanto às variáveis de desempenho, o setor de serviços e comércio apresentou queda, devido ao aumento na inadimplência, redução do crédito e aumento gradual dos juros, sendo que o mesmo migrou da zona de otimismo para a de otimismo moderado. Os demais setores mantiveram certa estabilidade.

Melhora nas expectativas

O destaque negativo fica por conta do setor indústria, que desde dezembro do ano passado está dentro da zona de pessimismo moderado, e não apresenta sinais de melhora. Quanto às expectativas inflacionárias para os próximos 12 meses, 52% dos entrevistados acreditam que a inflação tenderá à estabilidade, representando uma melhora nas expectativas dos agentes quanto à inflação, pois o indicador para esta variável e o conjunto de setores evoluíram da zona de pessimismo moderado para a zona de otimismo moderado.

Sem apresentar a mesma tendência que a inflação, as expectativas sobre os juros seguem deterioradas, com o indicador global marcando -180 pontos, mantendo-se na zona de pessimismo moderado. Além disso, a maioria dos respondentes (48%), acredita que a taxa Selic poderá aumentar entre 2,1 e 4 p.p. nos próximos 12 meses.

Avaliando as expectativas em relação ao crescimento econômico, percebe-se que todos os setores esperam resultados positivos. São 291,7 pontos para o PIB nacional e 312,5 pontos para o PIB estadual, ambos situados na zona de otimismo. Aproximadamente 48% acreditam que o PIB brasileiro crescerá entre 3% e 4,9% nos próximos 12 meses.

Nas expectativas sobre as vendas para os próximos 12 meses são averiguados resultados razoáveis. Apesar do ruim desempenho do setor indústria, o indicador atingiu 180 pontos, zona de otimismo moderado. Em relação ao crédito, as expectativas seguem o caminho inverso, com o indicador, fortemente puxado pela indústria, apresentando -125 pontos, zona de Pessimismo Moderado.

Avaliando a variável capacidade produtiva, o índice apresentou bons resultados, com destaque para o setor agropecuária, uma vez que os preços das commodities tende a se valorizar nos mercados. O indicador geral atingiu 187,5 pontos, zona de otimismo moderado. Outra variável bem avaliada foi a exportação, que atingiu 136,4 pontos e também está na zona de Otimismo Moderado. Entretanto, ao avaliar os setores individualmente, percebe-se que, ao passo que os setores agropecuária e serviços e comércio apresentaram resultados extremamente positivos, a indústria situou-se na zona de pessimismo moderado, com -166,7 pontos.