Os investimentos na diversificação da matriz energética na Bahia, principalmente na energia eólica, têm atraído empresas do setor ao estado. A primeira a se instalar visando à capacidade energética baiana foi a Gamesa, fábrica de aerogeradores (equipamentos que convertem energia eólica em energia elétrica).

A inauguração da planta, localizada no Polo Industrial de Camaçari, aconteceu nesta sexta-feira (8), com a presença do governador Jaques Wagner e do secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.

A empresa investiu, inicialmente, R$ 50 milhões na unidade baiana, que vai produzir 150 nacelles (motores) com potencial de gerar 300 megawatts/ano – energia suficiente para abastecer uma cidade como Feira de Santana, com cerca de 600 mil habitantes.

“A Bahia vem se consolidando como potencial eólico e, portanto, não tenho dúvida de que logo os empresários da Gamesa vão sentir necessidade de ampliar essa unidade para poder atender a grande demanda do estado”, afirmou o governador.

Outra empresa que está se instalando na Bahia é a francesa Alstom. Com previsão de iniciar suas atividades em setembro, vai produzir equipamentos para a geração e transmissão de energia eólica. Apesar de sua inauguração estar prevista para daqui a dois meses, a multinacional começou, no início deste ano, a equipar o primeiro parque eólico baiano, no município de Brotas de Macaúbas.

Segundo Correia, a Bahia tem em fase de implantação uma potência total de mil megawatts, resultado dos 34 projetos de geração eólica garantidos em 2009 e 2010, por meio do Leilão Nacional de Projetos Exploratórios de Energia Eólica. Ele explicou que mais dois mil megawatts estão disponíveis para negociação no próximo leilão do Ministério de Minas e Energia, que deve ser realizado até 2012.

Os projetos de energia eólica desenvolvidos na Bahia representam investimentos de R$ 4 bilhões. A previsão é que mais de R$ 42 bilhões serão investidos em energia eólica no estado nos próximos anos. Com os investimentos, estima-se a criação de quatro mil empregos diretos e indiretos nas diversas fases dos empreendimentos.

Consolidação do mercado

Para fortalecer a implantação e consolidar o polo de fabricação de equipamentos para o setor eólico, o governo da Bahia tem realizado estratégias a fim de atrair novas empresas do setor.

Em maio, numa missão comercial a países europeus, entre eles a Dinamarca, o secretário da Indústria, Comércio e Mineração visitou empresas de componentes e equipamentos para a geração de energia por meio dos ventos, incluindo-se um fabricante europeu de torres para os aerogeradores e uma indústria de logística especializada nesse mercado.

“A vinda dessas fábricas vai fazer com que os projetos fiquem ainda mais competitivos. Elas são muito importantes como fonte alternativa de energia e para a geração de emprego e renda, até porque os parques serão instalados principalmente no semiárido, região que precisa muito do desenvolvimento econômico”, declarou Correia.

Para as empresas do polo industrial de energia eólica que estão se instalando em Camaçari, o governo da Bahia oferece a desoneração do ICMS na aquisição de bens destinados ao ativo fixo, além de infraestrutura e suporte para as plantas industriais. Também dá suporte ao desenvolvimento dos projetos de usinas eólicas, apoiando as empresas durante o financiamento e licenciamento ambiental.

Vantagens da energia eólica

A energia eólica, considerada fundamental para a redução da dependência do petróleo pelas economias industrializadas e decisiva, enquanto fonte diferenciada em qualquer modelo do setor, apresenta claros benefícios ambientais em relação a fontes de energia convencionais.

Entre esses benefícios, estão a impossibilidade de contaminação do ar, lençóis freáticos ou cursos d’água no transporte de equipamentos ou em operação, inexistência de emissões atmosféricas de gás carbônico ou qualquer outro gás e não produção de emissões perigosas ou resíduos sólidos tóxicos.

A energia eólica é completamente renovável, muito confiável, eficiente e uma das fontes mais econômicas na geração de eletricidade em grande escala e compensa as emissões de outras fontes. Ela favorece a geração de investimentos em zonas desfavorecidas, porque os parques eólicos são compatíveis com outros usos do terreno, como a agricultura e a criação de gado.

Publicada às 9h40
Atualizada às 15h05