Quinze internas do Conjunto Penal Feminino receberam, nesta sexta-feira (15), o certificado de conclusão do Curso de Panificação, Doces e Salgados, uma das ações do Programa Começar de Novo, realizada em parceria entre a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), o Tribunal de Justiça da Bahia e a Fundação Dom Avelar.

A iniciativa tem como objetivo promover a qualificação profissional das internas para que possam se inserir no mercado de trabalho ou até mesmo montar seu próprio negócio quando voltarem ao convívio social, como explica o superintendente de Gestão Prisional da Seap, coronel Paulo César Reis, que representou o secretário Nestor Duarte no evento.

Uma vida nova é justamente o que espera Vânia Conceição dos Santos. Ela está perto de terminar o cumprimento da pena e deseja abrir sua própria padaria para sustentar os 11 filhos. “Sempre gostei de cozinhar e com este curso vou poder ganhar meu dinheiro, sem depender de ninguém”. Vânia aprendeu a fazer bolos, pães, bolachas e outros quitutes de padaria.

Para o diretor de Integração Social da Seap, Hari Brust, é por meio do trabalho conjunto com outros órgãos que as ações de ressocialização ficam fortalecidas e mostram bons resultados. “Este programa é muito importante quando falamos em ressocialização, que é o foco da Seap”.

A diretora adjunta do Conjunto Penal Feminino, Luz Marina Lima e Silva, destacou a possibilidade que a capacitação, com carga de 72 horas, pode proporcionar às futuras ex-detentas. “É uma prova de que elas utilizaram o tempo que passaram aqui realizando algo positivo, buscando abrir novas oportunidades em suas vidas”.

O Programa Começar de Novo, uma iniciativa Conselho Nacional de Justiça, é desenvolvido em parceria com os Tribunais de Justiça dos estados. Reúne um conjunto de ações voltadas à sensibilização de órgãos, empresas e sociedade civil, com o propósito de proporcionar, em âmbito nacional, oportunidades de reinserção social para presos, egressos do sistema penitenciário e cumpridores de penas ou medidas alternativas.

As internas puderam se espelhar no exemplo do próprio professor, Enoque Rosalvo de Brito, egresso do sistema prisional, onde ficou por 17 anos, e atualmente cursando Direito numa faculdade de Salvador. Durante período de detenção, participou de nada menos que 84 qualificações profissionais. “Hoje, posso passar o que aprendi para outras pessoas, e isso é muito gratificante”.