As doenças do fígado, em especial as hepatites B e C, foram alvo de uma ação em conjunto, no âmbito do programa Pacto pela Vida, neste domingo (24), no Calabar e no Alto das Pombas, entre a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), a Sociedade Brasileira de Hepatologia, a Universidade Federal da Bahia (Ufba), a Secretaria Municipal de Saúde e a ONG Vontade de Viver.

Além dos exames para detecção rápida das hepatites e da vacinação contra hepatite B, os moradores das comunidades também tiveram a oportunidade de fazer exames de glicemia, PSA (para detecção de câncer de próstata em homens acima de 45 anos) e ultrassonografia para detecção de esteatose (gordura no fígado), câncer de mama e de colo de útero. Os moradores ainda receberam atendimento odontológico e assistiram palestras educativas sobre doenças de transmissão hídrica e sexual, álcool e drogas.

O teste para descobrir se é portador do vírus das hepatites C ou B demora três minutos e não causa dor. Izauro Ferreira dos Santos, 45 anos, ficou aliviado ao descobrir que não estava contaminado. “Não tem coisa melhor do que vir no médico e receber um resultado destes, negativo. Estou muito feliz. Ações como estas que estão sendo feitas no Calabar são muito importantes, para prevenir certos tipos de doenças”.

O estudante Helder Queiróz aproveitou a oportunidade e tomou a vacina contra hepatite B, que ele afirma que ainda não conhecia. “Eu estou satisfeito, estou prevenido contra esta doença. Melhorou muito o bairro, estamos vendo muitos projetos, a saúde está aqui agora todo final de semana”.

Segundo a coordenadora das ações de Saúde pelo programa Pacto pela Vida, Edyara Santana, “a ideia é fortalecer essas áreas onde implantamos as bases comunitárias, com o Estado presente, oferecendo a assistência à saúde da população e garantindo o acesso a ações estratégicas de saúde”, afirmou.

Edyara informou que é feito um levantamento inicial, onde se detecta quais são as necessidades da comunidade e, a partir de um diálogo constante com as lideranças e com os usuários do serviço, são definidas as ações. “A gente já teve uma primeira ação de combate ao câncer de colo de útero, depois ao câncer de mama, estamos fazendo esta agora de combate à hepatite C e às doenças do fígado”.

Hepatites B e C podem ser curadas ou controladas

O presidente da Associação Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná, afirmou que no Brasil são cerca de três milhões de pessoas portadoras do vírus da hepatite C, sendo aproximadamente 150 mil na Bahia e cerca de 50 mil somente em Salvador. Ele explica que 60% dos casos de transplante de fígado são causados por hepatites virais. “São doenças silenciosas, quando provocam sintomas já pode ser tarde demais. Por outro lado, se são detectadas a tempo, podem ser curadas ou controladas”, afirma Paraná.

Segundo o hepatologista, a vacina para hepatite B está disponível para pessoas com até 24 anos, conforme as regras do Programa Nacional de Imunização. “Temos vacinas disponíveis na rede pública, todos os indivíduos até 24 anos devem ser vacinados. Infelizmente a procura ainda é muito baixa, até porque os próprios médicos indicam pouco a vacinação, que é a principal arma de combate à hepatite B”.

Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais

Também no domingo, no Farol da Barra, houve mobilização de profissionais de saúde e voluntários para divulgação e sensibilização sobre os diversos tipos e formas de transmissão e prevenção das hepatites virais. As atividades fazem parte das comemorações pelo Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado no dia 28 de julho. A organização é da Secretaria da Saúde do Estado, por meio do Programa Estadual de Prevenção e Controle das Hepatites Virais.

Ainda integrando a programação do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, a diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab promove a I Videoconferência de Vigilância das Hepatites Virais na Bahia. O evento será realizando na segunda (25) e na quinta-feira (28), de 8h30 às 12h e de 14h às 17h, no Instituto Anísio Teixeira, com transmissão nos auditórios que integram a rede de educação (Direc’s).

Voltada para coordenadores e técnicos de vigilância epidemiológica, imunização e atenção básica das diretorias regionais de Saúde (Dires) e municípios; referências técnicas dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e representantes das Direcs, a videoconferência visa contribuir na definição de estratégias para intensificação da vacinação contra hepatite B e a vigilância epidemiológica das hepatites virais no estado.