O Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT-BA) concluiu no início da tarde desta segunda-feira (18) o trabalho de identificação de duas das vítimas do acidente aéreo em Recife no último dia 13. O exame de DNA confirmou a identificação de Camila Suficiel Marino e Jhonson do Nascimento de Pontes.

Quanto às outras 14 pessoas, a polícia científica de Pernambuco comunicou, através de ofício, que não havia a necessidade de realização do exame genético porque estes corpos já foram liberados graças a utilização de outros métodos de identificação feitos na própria capital pernambucana.

DPT da Bahia é referência no Norte e Nordeste

Os materiais genéticos das vítimas chegaram a Salvador na noite de quinta-feira (14), trazidos por peritos criminais de Pernambuco, que auxiliaram os colegas baianos na identificação. Contendo fragmentos de tecidos, ossos e sangue, as amostras foram analisadas pelo DPT baiano, instituição de referência em genética forense no Norte e Nordeste, por oferecer equipamentos modernos utilizados para a elucidação de crimes.

A tecnologia utilizada no estado também é encontrada em laboratórios dos Estados Unidos e países europeus. No laboratório, são realizadas perícias que podem envolver três tipos de crime: violência sexual, contra a vida e contra o patrimônio público, além de identificação humana, de corpos que podem ou não estarem envolvidos em algum tipo de crime.

De acordo com Tânia Gesteira, a Bahia foi o primeiro estado a implantar um laboratório de genética forense no Nordeste, contando com equipamentos que permitem a realização de perícias em amostras de sangue, ossos, mucosa oral e outros materiais biológicos.

O DPT baiano foi também responsável pela capacitação de profissionais de outros estados, a exemplo de Santa Catarina, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Alagoas e Ceará, além de receber peritos de Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte para realizar aqui seus exames.

Para otimizar o atendimento à demanda crescente de perícias, está em fase de testes no laboratório um software, denominado Codis (Combined DNA Index System), que permite a comparação de perfis genéticos para o apoio de investigações criminais. O sistema, desenvolvido pelo FBI, é usado em mais de 30 países. Com o banco de perfis genéticos, será possível interligar crimes praticados por uma mesma pessoa.