A Tecon Salvador, empresa portuária do grupo Wilson, Sons Terminais, responsável pela operação da Unidade de Contêiner do Porto de Salvador, acaba de realizar o primeiro embarque de soja em contêiner do Nordeste para o Japão. Para o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, “este é sem dúvida um marco para novas possibilidades do comércio do agronegócio baiano com a Ásia”.

Foram dois contêineres, com o total de 37 toneladas de soja, produzida pela Agrícola Xingu, do município de São Desidério, no oeste baiano, produto que geralmente saía em navios graneleiros. O embarque foi feito no porta-contêineres CMA CGM ONYX, navio que faz parte do novo serviço lançado em maio deste ano, ligando a Bahia diretamente à Ásia sem escalas.

Agora a Tecon trabalha para ampliar a exportação de algodão de menos de 1% para pelo menos 30%. Segundo maior produtor de algodão do país, a Bahia vê 99% da exportação do produto ser feita pelo Porto de Santos.

Grande conquista 

O secretário Eduardo Salles lembrou que a criação da linha direta com a Ásia representa uma grande conquista para incrementar as relações de negócios com a Ásia, e um fator importante no processo de agroindustrialização do estado. Salles analisa que a operação de exportação em contêiner representa rapidez e economia.

Para Márcio Marques, analista de negócios da Tecon, a Seagri é um parceiro valioso, que teve grande participação na implantação da linha direta com a China. Ele explica que, enquanto o embarque em navio graneleiro exige carga mínimia, (5 mil a 10 mil toneladas, a depender do tamanho da embarcação), não há exigência de carga mínima para a operação em contêiner, que pode ser concluída em até 12 horas. Esse tempo, em navio graneleiro, é muito maior, podendo chegar a uma ou duas semanas, segundo informações da Tecon.

Além disso, a operação traz vantagens para os produtores e para os compradores, como a facilidade na logística de distribuição, acesso a mercados alternativos e embarques semanais. O transporte por contêiner permite ainda que a exportação ocorra independentemente das condições climáticas e mesmo em períodos de entressafra.

Esta modalidade de exportação é ideal para clientes que têm a necessidade de comprar as commodities em menores quantidades, optando por maior frequência nos embarques, reduzindo os investimentos em estoque e limitando o envolvimento de vários intermediários e possibilitando a negociação direta com o produtor.