Com um investimento de US$ 100 milhões e a criação de 250 empregos diretos e indiretos, a fábrica Peroxy Bahia começa a funcionar a partir de meados de setembro, abastecendo o mercado com o peróxido de hidrogênio (água oxigenada), produto largamente usado pelas indústrias de celulose, têxtil, mineração e farmacêutica.

Localizada no Pólo Industrial de Camaçari, a Peroxy produzirá 40 mil toneladas por ano de peróxido de hidrogênio, mirando grandes consumidores instalados na Bahia como as fábricas de celulose Veracel e Suzano, além de empresas situadas no Polo. Inicialmente, a produção está voltada para o mercado interno, mas, no futuro, a empresa pensa em fazer negócio com países da América Latina e África do Sul.

“A liberação da operação da Peroxy é mais uma boa notícia para a Bahia, que poderá promover a retomada dos mais de 250 postos de trabalho e arrecadar cerca de R$ 15 milhões anuais para o Estado, provenientes de ICMS”, afirma o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.

Durante dois anos a fábrica da Peroxy, em Camaçari, ficou fechada por conta de uma disputa judicial com a alemã Evonik Degussa, também fabricante de peróxido de hidrogênio. Com a unidade sem operar, o governo baiano deixou de arrecadar RS$ 30 milhões de ICMS no período.

“A quebra do lacre que impedia o funcionamento da Peroxy representa a esperança de novos investimentos do grupo, que resolveu começar pela Bahia a aposta econômica no país. Acreditamos no potencial do estado, do seu povo, e ficamos felizes em ver esse projeto concretizado”, diz o vice-presidente da empresa, Roberto Blanco. A Peroxy é uma empresa de capital turco, sendo a unidade baiana a primeira do grupo fora do continente europeu.

O peróxido de hidrogênio é utilizado nos processos de branqueamento de celulose, fibras têxteis, ceras e vegetais, sínteses químicas, esterilização de embalagens de tetrapack, detoxificação de efluentes em mineradoras, químicos, tratamento de água e efluentes industriais, produtos cosméticos e farmacêuticos, indústria de alimentos e bebidas e frigoríficos, além do largo uso em outras atividades análogas.

Disputa judicial fechou fábrica por dois anos

Pronta para operar desde 2008, a Peroxy Bahia não chegou a produzir devido a uma ação na Justiça da concorrente Evonik Degussa. A empresa alemã acusou a Peroxy de violação de segredo industrial, impedindo o seu funcionamento por dois anos. Em julho deste ano, o Tribunal de Justiça da Bahia indeferiu o pedido de revogação da liminar favorável à Peroxy, possibilitando a quebra do lacre que impedia a entrada em operação da fábrica.

Apenas duas empresas produzem o peróxido de hidrogênio no Brasil – a belga Peróxidos do Brasil (Grupo Solvay), estabelecida no Paraná, e a alemã Evonik Degussa, sediada no Espírito Santo. Com a decisão da Justiça, a Peroxy Bahia passa a ser a terceira empresa a fabricar o peróxido de hidrogênio no país.