Segunda etapa do Água para Todos vai atender cerca de cinco milhões de baianos

Os investimentos de R$ 3,7 bilhões destinados à segunda fase do Programa Água para Todos beneficiarão 4,785 milhões de baianos até 2014. São R$ 700 milhões a mais em relação à primeira, aplicados para o acesso à água de qualidade. Lançada, nesta segunda-feira (19), no Centro de Convenções de Salvador, esta etapa visa atender 2,5 milhões de pessoas com abastecimento de água, 2 milhões com esgotamento sanitário e 285 mil com saneamento integrado.

Nos primeiros anos (2007 a 2010) do Água para Todos foram beneficiadas 2,89 milhões de baianos com ligações de água e mais de um milhão com esgotamento sanitário, a maior parte na zona rural e no semiárido.

Antes da água encanada, a vida do casal Irlândia de Oliveira e Antônio Santana, moradores de Moita da Onça, na zona rural de Feira de Santana, não era fácil. Pais de dois filhos, eles acordavam bem cedo todos os dias só para puxar água de um poço. Agora, com água potável, as tarefas domésticas como lavar a louça e as roupas da família não dependem mais da longa caminhada. “Quando eu chego do trabalho, cansado, posso tomar banho sem precisar me preocupar em buscar água no poço. Também temos água boa para beber e cozinhar”.

Os moradores do município de Candeal também comemoraram os benefícios que a água potável e o esgotamento sanitário levaram para a cidade. Com os serviços, as crianças e os idosos passaram a ir menos aos postos de saúde. “Trouxe mais saúde para nós. As crianças da região viviam nos hospitais com diarréia e verminose por causa da péssima qualidade da água. Agora, a realidade é outra”, disse a agricultora Maria Bernadete Soares de Sena, 64 anos.

De acordo com o presidente da Embasa, Abelardo Oliveira, a previsão é que na segunda fase sejam implantadas 445 mil ligações de água, construídos 1.600 sistemas de abastecimento de água, 100 mil cisternas e perfurar dois mil poços artesianos. Também serão implantadas 400 mil ligações de esgoto, construídos 12 novos sistemas de esgotamento sanitário e implantados 15 mil melhorias sanitárias domiciliares.

Durante a solenidade, o governador Jaques Wagner assinou também ordem de serviço para implantação de 150 poços artesianos em 100 municípios, 200 sistemas simplificados de água em 150 cidades, e a implantação do sistema de esgotamento sanitário de Itaberaba e Ipiau. “A meta principal é continuar atendendo à população baiana com água de qualidade principalmente na zona rural. Na primeira, atendemos dois milhões de baianos, e, nessa segunda, queremos atender ainda mais”.

Projeto Tucano 

Além de levar água para a zona rural e o semiárido, o programa Água para Todos fixa o homem do campo em suas localidades, reduzindo o êxodo rural causado pela seca. Entre as ações do programa responsáveis em reverter saída dos moradores do semiárido para os grandes centros urbanos estão sendo implantados sistemas de abastecimento e executado o Projeto Tucano, utilizando a Bacia Sedimentar do Aquífero de Tucano a fim de possibilitar água para consumo humano na zona rural, reforçar o atendimento no abastecimento dos municípios e atendimento à agricultura familiar.

O secretário de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro, afirmou que também na primeira etapa do Água para Todos foi possível dar destinação final correta aos esgotos domésticos de Salvador e Lauro de Freitas, por meio do Sistema de Disposição Oceânica da Boca do Rio (Emissário Submarino), que está em fase de testes. Pelo emissário, os resíduos deixarão de ser despejados nas bacias dos rios.

Programa nacional 

O Água para Todos se tornou referência nacional. Por meio de programa semelhante do governo federal, outros estados brasileiros poderão universalizar o acesso à água de qualidade. De acordo com o ministro de Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, a ação está inclusa no Programa Brasil Sem Miséria, lançado em julho deste ano, em Arapiraca (AL), pela presidente Dilma Rousseff.

O ministro explicou que a maior parte dos municípios brasileiros beneficiados está localizada no semiárido. Inicialmente, a meta do governo federal é atender 750 mil famílias com a construção de cisternas e sistemas simplificados coletivos. Milhares de famílias também serão beneficiadas por sistemas de água voltados para a produção.
 
Publicada às 11h20
Atualizada às 16h30