O índice de mortalidade infantil no semiárido baiano apresentou uma redução de 18,1% de 2007 a 2010. Outro avanço na região foi o aumento no percentual de crianças de até um ano de idade com registro civil (22,2%). Os resultados foram apresentados nesta terça-feira (27) durante a Reunião Ampliada do Comitê Gestor Estadual do Pacto Nacional Um Mundo Para a Criança e o Adolescente do Semiárido, realizada no auditório da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

O comitê gestor do pacto, composto por representantes de secretarias estaduais e ONGs, tem como objetivo articular e priorizar ações e políticas que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida de 2,8 milhões de crianças e adolescentes moradoras dos 265 municípios do semiárido da Bahia. O órgão integra o Pacto Nacional Um Mundo Para a Criança e o Adolescente do Semiárido, que tem como finalidade cumprir os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), definidos pelas Nações Unidas (ONU), em 2000.

De acordo com a presidente do comitê e das Voluntárias Sociais da Bahia, Fátima Mendonça, para alcançar a melhoria de meninos e meninas da região são realizadas ações nas áreas da educação, saúde, cultura, infraestrutura, assistência social, promoção da igualdade, ciência e tecnologia, justiça e cidadania, comunicação, desenvolvimento regional e desenvolvimento social.

“Sabemos que há muito a ser feito para tornar real o direito de cada criança e adolescente do semiárido. Já houve uma melhora significativa. Para cumprir os oito objetivos do milênio, criamos uma ação. Avançamos e queremos continuar com este trabalho”, afirmou Fátima.

Durante o evento foi entregue aos participantes o Relatório de Atividades 2007 a 2011, relativo às principais ações do comitê no semiárido. Segundo o secretário para Assuntos Internacionais e da Agenda Bahia, Fernando Schmidt, o governo e os parceiros envolvidos no comitê têm se esforçado para garantir o desenvolvimento das políticas públicas no semiárido. Um dos exemplos de ações já desenvolvidas, segundo ele, é o investimento em tecnologias de captação de água e em melhorias sanitárias nas escolas dos 51 municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Houve investimentos também em saúde da família, no pré-natal, na humanização do parto e no incentivo ao aleitamento materno, na segurança alimentar e nutricional e inclusão socioprodutiva, possibilitando a geração de renda para agricultores e o enfrentamento ao trabalho infantil.

Bahia cumpriu quase todos os indicadores da Unicef

Desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Pacto Nacional Um Mundo Para a Criança e o Adolescente do Semiárido surgiu do reconhecimento de que os mais de 13 milhões de crianças e adolescentes do semiárido têm uma vulnerabilidade maior e estão expostos a diferentes formas de violação de direitos.

Segundo o coordenador estadual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ruy Pavan, a instituição estabeleceu 14 indicadores para os 11 estados do semiárido, sendo os nove da região Nordeste e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo) nas áreas da saúde, educação e proteção, identificadas com os oito objetivos de desenvolvimento do milênio. Na avaliação da organização, a Bahia cumpriu 10 destas metas estabelecidas.

“A Bahia avançou mais que a média dos estados do semiárido. Isto mostra que existe um investimento diferenciado para que a região possa avançar. A parceria com organismos nacionais e internacionais, além das articuladas dentro do próprio governo, tem dado resultados positivos na melhoria dos indicadores”, afirmou Pavan.