O governador Jaques Wagner participa nesta sexta-feira (9), em Lisboa, Portugal, de um encontro com 150 executivos e lideranças políticas e empresariais do Brasil e daquele país, onde apresenta as oportunidades de investimentos na Bahia. Promovido pelo jornal português Diário Econômico em parceria com a Ejesa – Empresa Jornalística Econômica S/A, responsável, no Brasil, pelas publicações do Brasil Econômico, O Dia e Marca Brasil, o seminário "Oportunidades de Investimentos no Nordeste" vai reunir grandes empresários e identificar e discutir as oportunidades de investimentos na região.

A apresentação do governador Jaques Wagner para o empresariado português sobre o potencial para investimentos privados na Bahia ocorre no momento em que o Brasil busca estreitar os laços culturais e econômicos com o país luso. Nos últimos anos, o volume de transações comerciais entre os dois países, com destaque, inclusive, para o estado baiano, deu um salto expressivo. O comércio bilateral entre Bahia e Portugal avançou significativamente no ano passado.

A corrente de comércio (soma das exportações e importações) saiu do patamar de US$ 92,7 milhões em 2009 para US$ 220,07 milhões em 2010, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)/Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A soja baiana foi o principal destaque da pauta de exportação do período, representando 84% das vendas para Portugal.

Dos produtos exportados pelo Estado para o país luso, o destaque, além da soja, são as frutas (manga, mamão e limão), polímeros, fios de fibras têxteis e couro. Em 2010, a Bahia ocupou a terceira posição dentre os Estados brasileiros que mais exportaram para Portugal, com o incremento das vendas externas de 269,5% em relação a 2009. Com este resultado, o estado baiano foi responsável por 12,1% da participação total das exportações brasileiras. Perdeu apenas para Rio de Janeiro e São Paulo.

Dados do MDIC indicam que as relações comerciais entre os dois países vêm crescendo ano a ano, superando, inclusive, o comércio tradicional que o Brasil mantém com outros países da União Européia, como a Espanha. De janeiro a julho deste ano, os negócios entre Brasil e Portugal já movimentaram US$ 1,7 bilhão.

No ano passado, as exportações brasileiras para Portugal cresceram 18,1% em comparação com 2009, atingindo o volume de US$ 1,5 bilhão. Se comparado com o total das exportações brasileiras, o comércio bilateral entre os dois países ainda é relativamente pequeno, não superando 1% das vendas externas, mas os resultados da balança comercial apresentam crescimento continuado ao longo dos últimos anos. Já a venda de produtos portugueses para o Brasil, em 2010, subiu 33,6% a mais em comparação com igual período do ano anterior, atingindo a cifra de US$ 580,66 milhões.

Importações

As importações baianas provenientes de Portugal também apresentaram desempenho crescente nos anos mais recentes, basicamente em razão da elevação do preço do cobre, o sulfeto de minério de cobre é o principal item da pauta baiana, com 58% do total, e das compras de insumos para a indústria de pneus, que se ampliou no estado. Azeite de oliva, cimento, vinho, bacalhau e fertilizantes compõem a lista de principais produtos importados.

Neste contexto, a Bahia vem garantindo uma posição de destaque no intercâmbio comercial com o país lusitano. Além do interesse de investidores privados portugueses no Brasil, que têm investido em empreendimentos nos ramos hoteleiro, imobiliário, cimenteiro, de saúde e de turismo na Bahia, as relações comerciais entre Bahia e Portugal nos últimos anos só fazem crescer.

O fato de Salvador e Lisboa serem cidades-irmãs reforça ainda mais os laços culturais, históricos e econômicos entre as duas regiões. A oferta de um voo diário entre Salvador e Lisboa, oferecido pela TAP, e o intenso fluxo de turistas indicam o potencial de negócios entre a Bahia e Portugal. Nos últimos anos, vários investidores portugueses implantaram empreendimentos hoteleiros na capital e ao longo da costa baiana, inclusive no litoral norte. Diversas empresas portuguesas estão com negócios na Bahia, dentre elas pode-se citar a Cimpor, Grupo Espírito Santo, Imocon, TAP, Vila Galé, Pestana, Lena, Cordebras, Cotesi e Ramos Catarino.