A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) trabalha em ritmo acelerado para implantar o sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas, município da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Atualmente são 14 frentes de trabalho localizadas em ruas da região central do município e no bairro de Itinga. Com investimentos de R$ 114 milhões, entre recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e próprios, a obra, uma das mais importantes já realizadas na cidade, beneficiará 469 mil pessoas. A previsão de conclusão é 2013.

“Lauro de Freitas vem crescendo bastante. Nesse município, a Embasa atende com abastecimento de água a praticamente toda a população da sede, mas o índice de atendimento com serviço de coleta, tratamento e destinação adequada de esgotos domésticos é muito aquém do necessário para melhorar as condições ambientais e de saúde da população”, disse o presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho.

“Pela sua densidade demográfica e por estar na área de influência de mananciais de abastecimento humano, o governo estadual, em consonância com a política de universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, pleiteou recursos, junto ao Ministério das Cidades, para aumentar o índice de cobertura do serviço no município”, disse Oliveira Filho.

Iniciada em junho de 2010, a obra passou por revisão de projeto e por isso só foi retomada em ritmo acelerado neste segundo semestre. Atualmente, cerca de nove quilômetros de rede coletora de esgoto já foram implantados. As equipes trabalhando e as máquinas de escavação podem ser vistas, por exemplo, nas ruas Dois de Fevereiro e Amapá, no centro, e nos loteamentos Jardim Perolane, Jardim Tarumã, Pérola Negra e Jardim dos Pássaros, em Itinga.

A balconista Ana Cláudia Moreira, 32 anos, mora há mais de 20 anos em Lauro de Freitas e acompanha de perto a movimentação da obra na Rua Amapá. “Minha preocupação é se a Embasa vai chegar na minha casa, mas fiquei sabendo que tudo isso aqui vai ter rede de esgoto, o que vai melhorar nossa vida. Aqui não falta água, é uma benção. Agora, falta esgoto”, afirmou. “Minha casa tem fossa, mas quando chove é um transtorno. Sei que vai demorar um pouco para concluírem, mas para quem esperou tanto tempo, alguns meses dá para aguentar”.

Índice de cobertura de 95%

Hoje, apenas 9% da cidade dispõe de esgotamento sanitário. Com o início da obra, a expectativa é ampliar o índice de cobertura para 95%, resolvendo um grande passivo ambiental e sanitário representado pelos resíduos que são lançados em rios como Joanes e Sapato. O município é quase inteiramente atendido por fossas e sumidouros. Além de Itinga e centro, o sistema vai beneficiar os moradores de Ipitanga, Flamengo (parte), Areia, Vilas do Atlântico, Portão e Buraquinho.

“Até a implantação definitiva do sistema de esgotamento sanitário, todos os novos empreendimentos têm que apresentar um plano de viabilidade contemplando a destinação adequada dos efluentes. Esse plano deve ser aprovado pela prefeitura”, declarou o gerente de expansão da RMS, Murilo Magalhães.

Ele explicou que a Embasa está trabalhando para minimizar os transtornos que uma obra desse porte causa para a população. “Temos assistentes sociais que comunicam antecipadamente onde e quando as frentes vão acontecer, fazendo com que as pessoas se planejem, e, além disso, disponibilizamos um número de telefone no local para que elas entrem em contato com a empresa”.

A obra prevê a implantação de 287 quilômetros de rede coletora de esgoto, 25 estações elevatórias (bombas), 33 quilômetros de linha de recalque (ligação da rede ao interceptor da Paralela) e 40 mil ligações domiciliares. O sistema de esgotamento de Lauro de Freitas será integrado ao de Salvador, uma vez que os esgotos coletados no município serão encaminhados ao Sistema de Disposição Oceânica do Jaguaribe, também conhecido como Emissário Submarino da Boca do Rio.