Durante o Seminário de Promoção da Igualdade Racial no Contexto dos Grandes Eventos Esportivos, realizado na manhã desta segunda-feira (3) no Hotel Pestana, no Rio Vermelho, foi assinado um protocolo de intenções entre o governo da Bahia, via Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), e o governo federal para garantir a participação dos profissionais afrodescendentes durante os eventos esportivos mundiais.

O documento prevê uma série de ações conjuntas que deve ser implementada para garantir a inclusão da população negra nas atividades que envolvam eventos como a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016.

“Devemos considerar a Copa uma possibilidade de oportunidades econômicas para a população mais pobre, e os negros estão entre essas pessoas. Durante o evento, também criaremos uma rede de proteção de combate ao racismo, uma iniciativa que se soma à preocupação com as pessoas com deficiência, combate à exploração sexual e estímulo à participação das mulheres”, afirmou o secretário da Secopa, Ney Campello.

Para a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, as ações para a inclusão racial vão ser adotadas a partir desse protocolo de intenções. “Envolvendo outras secretarias do Estado e do Ministério dos Esportes, poderemos criar um canal de interlocução com vários atores importantes nessa questão da Copa, tanto quanto à construção civil, quanto às questões culturais, ligados à comunicação, visando instrumentos que possibilitem a participação de mulheres e jovens negros”.

O seminário teve também como objetivo a troca de experiências de sucesso, a exemplo da realização das Olimpíadas de Atlanta, quando foram adotadas medidas para a inclusão da população negra. A ex-prefeita de Atlanta, Shirley Franklin, foi convidada para fazer uma palestra, com o tema Promovendo o Empreendedorismo e a Inclusão Racial: O Caso das Olimpíadas de Atlanta.

Ela destacou os eventos esportivos como a grande oportunidade econômica. “Durante as Olimpíadas de Atlanta, desenvolvemos um programa que favoreceu aproximadamente 500 empresários de origem africana e latino-americana com criação de negócios, gerando assim um leque de oportunidades durante os jogos. É isso que pretendemos transmitir”.

De acordo com o secretário da Sepromi, Elias Sampaio, a articulação entre o governo e a sociedade é fundamental. “Queremos ouvir experiências como a de Atlanta e replicar algo parecido em relação à promoção da igualdade racial aqui. Isso nos mostra que é possível dentro das diversas atividades econômicas que envolvem grandes eventos ter uma política específica de inclusão, e precisamos trabalhar em conjunto para que tudo aconteça”.

O governador Jaques Wagner declarou que, “além de investimentos em infraestrutura e em equipamentos públicos, temos que aproveitar a Copa para trabalhar em outras áreas que precisamos caminhar mais, como a de promoção da igualdade, principalmente numa terra como a Bahia, que possui mais negros fora da África”.

O seminário integra o Plano de Ação Conjunto entre o Governo Brasileiro e o Governo dos Estados Unidos da América para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e a Promoção da Igualdade.

Publicada às 10h15
Atualizada às 14h45