A Bahia recebeu investimento de aproximadamente R$ 3,5 milhões da empresa moveleira italiana Natuzzi na inauguração, nesta terça-feira (11), de três novos showrooms situados na fábrica, em Simões Filho, e na realização do 1º Congresso do Grupo Natuzzi no Brasil, iniciado dia 3 deste mês e que continua até a próxima sexta-feira (14) em hotéis de Salvador.

Para o governador Jaques Wagner, é uma alegria ver que produtos com tecnologia de ponta e design moderno são feitos no estado, do couro ao produto final. “Esta é uma forma também de levar a Bahia para o mundo. Alguém vai saber que o que está comprando é daqui. Isso vai significar crescimento da empresa e geração de emprego”.

Uma das operárias, Rita de Cássia Soares, 39 anos, afirma que o irmão era funcionário na fábrica e levou o currículo dela ao departamento de pessoal. “Hoje, nós dois trabalhamos aqui. É importante porque a gente ganha nosso sustento. Eu comecei como costureira. Este é o meu primeiro emprego”.

Meta é atender mercado brasileiro

Referência mundial na produção de estofados em couro e maior empresa italiana no segmento de decoração, o grupo, que exporta para os EUA e outros países, tem duas fábricas na Bahia – uma em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e outra em Pojuca – a 67 quilômetros da capital.

Em dez anos, o empreendimento investiu cerca de R$ 100 milhões no estado e capacitou mais de 1,6 mil pessoas, que desenvolvem a atividade com o mesmo nível de qualidade da matriz italiana. A meta agora é atender também ao mercado brasileiro.

O embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, diz que a Itália possui cinco milhões de pequenas e médias empresas. “A Natuzzi, que está na Bahia há dez anos, abriu um caminho que outras empresas estão seguindo, como a Energreen Power, muito ativa no setor das energias renováveis. O Brasil hoje não é somente São Paulo, está crescendo, proporcionando oportunidades para nossos empreendedores, e a Bahia tem um lugar importante neste fenômeno”.

A Natuzzi também pretende ampliar os negócios no estado. “Continuaremos a investir até que a marca seja reconhecida e nós consigamos ter volume de venda para preencher a capacidade produtiva da fábrica”, afirmou o presidente da empresa, Pasquale Natuzzi. “Investimos neste país há dez anos, já são mais de R$ 100 milhões e continuamos a investir até R$ 7 milhões por ano, em comunicação e em desenvolvimento de produtos”.

Bahia pretende ampliar polo moveleiro

O governador destacou também o desenvolvimento do segmento moveleiro, que está ganhando um polo em Teixeira de Freitas, por conta do eucalipto que pode ser utilizado como matéria prima. “Nós temos regiões, como Vitória da Conquista e Itaberaba, onde há produtores para o mercado interno. Isso pode ser incrementado porque a gente tem madeira, couro, mão de obra. Gosto muito da indústria moveleira porque é altamente empregadora de mão de obra, e essa é minha preocupação maior”.

Quanto à crise econômica que atinge a Europa, Wagner disse que a situação pode ser vista de outra forma no estado. "Creio que toda crise pode se tornar uma oportunidade, e o Brasil e a Bahia podem aproveitar esse momento para se colocarem no centro da agenda mundial". Para ele, a Bahia possui regras claras, democracia consolidada e força de trabalho jovem, reconhecida por outros investidores como a Ford, Monsanto e Nestlé.

Publicada às 9h50
Atualizada às 16h35