Representantes do Comitê da Biosfera estiveram na Secretaria do Planejamento na última sexta-feira (14) para apresentar o Projeto Corredores Ecológicos (PCE) ao secretário Zezéu Ribeiro. O PCE faz parte do programa piloto para a proteção das florestas tropicais brasileiras que selecionou duas áreas para implantação de projetos: o Corredor Central da Amazônia (PCA) e o Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA).

Os corredores ecológicos são grandes extensões de ecossistemas florestais delimitados por conjuntos de unidades de conservação e por comunidades ecológicas. Na Bahia, o projeto piloto está voltado para a preservação de mata atlântica e atua no baixo sul, sul e extremo sul da Bahia, áreas que apresentam maior incidência de florestas tropicais.

Há cerca de dez anos o projeto vem atuando no Brasil, buscando fazer uma conectividade entre os remanescentes de mata atlântica, com o objetivo de conservar a diversidade biológica das florestas tropicais, reduzindo a fragmentação e integrando as unidades de conservação.

Segundo Renato Cunha, representante do Comitê da Biosfera, os corredores já existem e funcionam, mas é necessário que deixem de ser apenas um projeto piloto e se tornem parte do planejamento do estado. “O objetivo é que os corredores sejam institucionalizados e façam parte do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE). Por isso estamos apresentando o projeto ao secretário do Planejamento”.

Um exemplo da execução do Corredores Ecológicos acontece no extremo sul baiano, onde o projeto trabalha com a restauração da floresta e a mobilização social. O reflorestamento é feito através de cooperativas e já foram plantadas aproximadamente 40 mil mudas na Bacia do Rio Caraíva.

O projeto também é realizado no Espírito Santo, atuando em 59 municípios. Na Bahia, apesar de não ter força de lei, o Corredores Ecológicos já atua em 133 municípios. Para Zezéu, a iniciativa é importante para o estado e deve abranger outros biomas. Ele disse que a secretaria está disposta e aberta a dialogar com os territórios de identidade e com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), que também está coordenando o projeto dos corredores. “É preciso que haja um debate maior sobre o assunto, para estruturá-lo e buscar o melhor caminho para institucionalizá-la. Além disso, é preciso que se aplique a outros biomas, como a caatinga”.

Um novo encontro será agendado para que o Corredores Ecológicos seja discutido entre as secretarias do Planejamento e do Meio Ambiente, a fim de buscar a institucionalização e a ampliação da abrangência do projeto.