Os representantes da Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) tomaram posse nesta segunda-feira (31), em cerimônia realizada no Hotel Villa Mar, bairro Amaralina, em Salvador. O termo de posse foi lido e assinado, no início do evento, pelo secretário estadual de Promoção da Igualdade Racial e atual presidente da comissão, Elias Sampaio, juntamente com os demais membros do Governo do Estado e da sociedade civil.

Criada para coordenar a elaboração e a implementação da política e do Plano Estadual de Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais no Estado da Bahia, a CESPCT é um órgão de caráter deliberativo. “O que nós estamos fazendo hoje se configura num momento histórico, afinal, é a primeira comissão estadual no Brasil com essa finalidade. A instalação da CESPCT é um ato simbólico, mas significa o início de uma grande e representativa caminhada”, comentou o presidente da comissão, Elias Sampaio.

Para Raidalva dos Santos, uma das representantes dos povos de terreiro, essa iniciativa é um acontecimento ímpar e fortalece as conquistas do reconhecimento histórico das religiões de matriz africana. “Eu me sinto muito honrada em fazer parte desse grupo, pois fui iniciada na década de 50, onde era proibido tocar atabaque. Hoje, nós podemos sentar com o Governo, discutir a nossa prática e experiência, além de juntos, buscarmos soluções para os problemas. Essa ajuda mútua é um grande avanço”.

Durante o evento, a discussão do regimento interno e o calendário de reuniões foram os principais assuntos discutidos pelos 30 integrantes do pleno. Valdivino Rodrigues, representante das Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto da Bahia, acredita que esse trabalho coletivo dará visibilidade aos povos e comunidades tradicionais e contribuirá com um melhor desenvolvimento da população, sem perder de vista a continuidade da tradição de cada segmento.

O presidente da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu), Raimundo Komannanjy, disse que a instalação da Comissão proporcionará uma parceria, não só da população com o Governo, mas a troca de experiências entre os povos. “Aqui nós, que somos representantes de povos de terreiros, ciganos, indígenas e de comunidades quilombolas, fundos e fechos de pasto, extrativistas e pescadores, podemos contribuir de maneira efetiva para construção de políticas específicas eficazes, que surtirão efeitos positivos para todos nós”.