Uma agricultura familiar socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável são os objetivos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), ao promover práticas agroecológicas. Entre os dias 25 e 27 de outubro, mais uma turma de agricultores familiares foi capacitada no curso de agroecologia, promovido pelo Centro de Formação de Agricultores Familiares de Irecê (Centrefértil), unidade da EBDA vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri).

Em dezembro haverá mais uma turma do curso de agroecologia no Centrefértil. Os agricultores podem procurar mais informações no telefone (74) 3641-3713 ou no próprio local, na Avenida Raimundo Bonfim, em Irecê. Para agricultores de outros municípios, o Centrefértil oferece hospedagem, além de alimentação para todos os participantes.

Somente este ano, três turmas foram formadas pelo Centrefértil, somando mais de 50 agricultores familiares capacitados. Entre aulas teóricas e práticas, os participantes aprendem sobre a diferença entre agroecologia e agricultura convencional, segurança alimentar, perigo dos agroquímicos, controle de pragas e produção de biofertilizantes.

O técnico da EBDA Edvaldo Reinaldo, que ministra os cursos de Agroecologia, explica que o intuito é convencer os agricultores sobre os benefícios da transição da agricultura convencional para a orgânica. “Percebemos que os agricultores estão mais sensibilizados, sentindo os efeitos nocivos do uso dos defensivos químicos”, explica o técnico.

Para o estudante do curso técnico de agropecuária e agricultor Daniel Miranda, do município de Ibipeba, o curso apontou novas possibilidades. “Vou iniciar a plantação agora para a safra de verão e acho que vou agregar mais valor ao produto, pois na minha cidade as pessoas já temem os produtos da agricultura convencional”, afirma o agricultor.

Mais saúde e preservação 

O agricultor Gildeon Martins, do município de Ibititá, tornou-se um exemplo da transição entre a agricultura convencional e a orgânica. Após anos de uso de agrotóxico nas lavouras, participou, há quatro anos, do curso de agroecologia promovido pela EBDA e experimentou plantar utilizando as práticas agroecológicas. Com a assistência técnica da empresa, conseguiu bons resultados logo no primeiro ano e hoje vende os seus produtos no mercado local a preços melhores.

“A agroecologia, além de trazer o benefício financeiro para o agricultor, também promove a sustentabilidade dos recursos naturais e a melhoria na saúde e na qualidade de vida de toda unidade familiar”, explica Edvaldo Reinaldo. “A sociedade também já está consciente, procurando alimentos orgânicos, o que faz o produto agregar ainda mais valor”, conclui o técnico.

Para o agricultor Daniel Miranda, a agroecologia é sinônimo de vida. “A agricultura convencional pode parecer vantajosa, mas degrada demais o solo e pode intoxicar o próprio agricultor. Com a agroecologia, a gente percebe a vida voltando para a plantação”, garante Miranda.