Depois da aprovação da Lei Orgânica da Cultura no dia 22 de novembro, na Assembleia Legislativa da Bahia, o setor cultural do estado se prepara para mais uma ação de extrema relevância: a realização da IV Conferência Estadual de Cultura. O evento terá como tema central “Planejar é Preciso”, ocorrerá entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro próximos, na cidade de Vitória da Conquista, e terá como maior desafio ajudar a compor o Plano Estadual de Cultura, uma das principais metas estabelecidas pela nova lei.

“Com a nova lei garantimos a maior organização e institucionalização da Cultura em nosso estado. A conferência é o momento para discutirmos políticas públicas de Estado, contando com a colaboração dos 26 territórios de identidade”, avalia o secretário estadual de Cultura Albino Rubim.

Programação 

A abertura do evento será às 19h do próximo dia 30, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, Avenida Rosa Cruz nº 45, bairro Candeias, em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. “Depois de ouvir as diversas comunidades, chegou a hora de promover uma grande conversa entre o poder público e a sociedade civil”, diz Adalberto Santos, coordenador do encontro.

Além do secretário Albino Rubim e do superintendente de Desenvolvimento Territorial da Cultura, Adalberto Santos, participam da conferência dirigentes das diversas unidades da Secretaria de Cultura do Estado (Secult). Nos dias 1º e 2 de dezembro acontecem as discussões das propostas recolhidas nos 315 encontros municipais, 26 territoriais e quase 20 setoriais, além das Conferências Livres, realizados na capital baiana e no interior do estado.

A programação contempla, ainda, uma extensa agenda cultural que inclui shows em praça pública. No dia 1º de dezembro, a partir das 20h, na Praça Barão do Rio Branco, acontecem apresentações do Balé Jovem de Salvador e do Balé Folclórico da Bahia. No dia 2 de dezembro, às 21h, na mesma praça, tem show do cantor e compositor Zeca Baleiro.

Expectativa

Quem quiser poderá acompanhar toda as discussões pelo Blog da Conferência, um espaço próprio criado pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult) com todas as informações do encontro. A expectativa é grande para o início da conferência. “Todos esperamos colher frutos positivos, principalmente ver as áreas da cultura organizadas”, afirma João Omar, representante do território de Vitória da Conquista.

"Minha luta é pela capacitação dos agentes de cultura. Vou defender essa ideia para todo o estado, porque sei que não é um problema só do extremo Sul", diz Lucas Nicácio Nascimento, músico da região de Porto Seguro, delegado da sociedade civil.

A Conferência Estadual é o momento em que as várias regiões se manifestam sobre suas demandas. "Sou professora de arte-educação em Ilhéus, e vou levar para Conquista a realidade de quem trabalha com projeto social, praticamente no voluntariado, sem apoio de ninguém”, diz Jocelia Kaffer, eleita delegada da sociedade civil no Litoral Sul.

Os jovens também já demonstram interesse em participar das discussões e de serem ouvidos. "Estou delegado suplente, quem sabe não irei para Conquista como titular, mas quero ir de qualquer jeito. Minha expectativa é que isso traga um conhecimento novo para mim. Eu gosto porque sempre tem pessoas críticas que sabem conversar e também sabem manter a qualidade da discussão", diz Elismar Costa Barbosa, o mais novo entre os delegados suplentes, com apenas 14 anos, de Gandu (Baixo Sul).

Propostas da etapa territorial serão discutidas

Os participantes da IV Conferência Estadual de Cultura irão analisar, comparar e discutir as propostas resultantes das conferências territoriais. Ao todo, foram 26 encontros da etapa territorial, realizada em setembro e outubro. Nas conferências territoriais, os participantes se dividiram em seis grupos de trabalho e cada um elaborou uma proposta para ser levada à discussão no âmbito estadual. Em uma análise do conjunto de ideias, é possível perceber demandas comuns que, pela repetição em territórios distantes e heterogêneos, ganharão voz ampliada em Vitória da Conquista.

Caberá aos participantes negociarem entre si para decidir quais das propostas entrarão no documento final da IV CEC. O documento subsidiará o Plano Estadual de Cultura, que definirá as políticas de cultura a serem aplicadas nos próximo dez anos. Na discussão, também entrarão as propostas oriundas da etapa setorial.