A formulação de novas alternativas de desenvolvimento industrial do estado foi discutida nesta quarta-feira (16), no Hotel Fiesta (Itaigara), em Salvador, durante a reunião do pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia (Codes), órgão da Secretaria de Relações Institucionais (Serin). O principal objetivo do encontro é contribuir para o incremento econômico e social e a redução das desigualdades entre os territórios de identidade baianos.

O debate teve como base o estudo preliminar Política Industrial da Bahia: Estratégias e Proposições, que será lançado no próximo dia 21 e teve um exemplar entregue ao governador Jaques Wagner. O estudo foi elaborado pelo Projeto Aliança, que reuniu a Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm), Petrobras, Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e o Núcleo Regional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

Segundo o governador, as economias mundial, brasileira e baiana estão vivendo um momento especial, de desafio, por causa da crise instalada na Europa e nos Estados Unidos. “A Bahia é um estado exportador e temos sentido as consequências dessa crise sobre a nossa economia. Alguns setores sofrem com esse problema. Na área automotiva e na petroquímica começamos a ter sinais de redução de encomendas”.

Para ele, o desafio é estimulante. “Estamos esperando o resultado do terceiro trimestre deste ano para fazer uma reavaliação de qual vai ser a taxa de crescimento do Brasil em 2011. É hora de estimular esse debate entre as forças vivas da economia baiana. Temos boas notícias, a construção da Ferrovia Oeste-Leste superou um entrave no Tribunal de Contas da União e o Porto Sul já passou pela audiência pública”.

Iniciativa tem aprovação da Fieb

O presidente da Fieb, José de Freitas Mascarenhas, disse que o plano vai acelerar a industrialização do estado, melhorar a performance dos setores existentes e trazer uma contribuição muito grande para o desenvolvimento econômico da Bahia. “É preciso agregar novos setores, ter mecanismos de atração de indústrias baseados nas capacidades locais de receber essas companhias, trazendo benefícios para quem vem para cá”.

Mascarenhas afirmou também que o plano é amplo e cuida de toda a infraestrutura necessária ao desenvolvimento de forma transversal, abordando aspectos como energia, mão de obra, educação e interiorização. “O planejamento visa fazer o máximo com o menor custo possível e com a melhor qualidade. A visão do trabalho é de médio e longo prazo”.

R$ 70 bilhões em investimentos

A Bahia tem hoje, de acordo com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, cerca de R$ 70 bilhões em investimentos e a política industrial vai atuar nas cadeias produtivas, apontando onde se podem atrair mais empresas. “Acredito que com esse material vai ficar mais fácil se desenvolver a política de atração de investimentos para o estado. Este é um trabalho que vem sendo elaborado há um ano e meio. A prévia foi entregue aqui ao Codes, porque é um órgão que tem essa pluralidade de participação, para que a gente pudesse discutir o assunto”.

O pleno do Codes é composto pelo governador, o secretário de Relações Institucionais, Cezar Lisboa, e 45 membros da sociedade civil, entre empresários, acadêmicos, entidades representativas dos trabalhadores e representantes dos setores culturais, étnicos e populações tradicionais.

Publicada às 10h55
Atualizada às 14h40