Soldados, cabos e sargentos da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) vão cursar até o dia 23 de dezembro nove disciplinas, em 260 horas-aula, para aprimorar o combate aos crimes do segmento. A aula inaugural aconteceu nesta terça-feira (1º), no Instituto Anísio Teixeira (IAT). A expectativa é que, com o curso, as principais dificuldades enfrentadas pelos policiais no combate aos crimes ambientais sejam superadas.

“Uma das maiores dificuldades é em relação à legislação e às unidades de conservação. Acreditamos que, com esse curso, teremos um conhecimento maior da legislação ambiental, e isso vai facilitar nosso trabalho”, afirmou o soldado Clayton Santos.

O comandante da Coppa, major Nilton Cesar Machado, declarou que serão abertas novas turmas para reduzir os crimes dessa natureza. Segundo ele, os principais crimes ambientais registrados na Bahia são o tráfico de animais silvestres, a extração ilegal de madeira e de areia e a pesca ilegal, principalmente com explosivos.

“Possuímos o maior litoral do Brasil e uma riqueza de rios. As pessoas optam por esse tipo de crime em razão das grandes dimensões do nosso estado. O tráfico de animais silvestres também, pela nossa grande extensão, pela preservação considerável de áreas verdes, faz com que essas pessoas partam para esse tipo de crime, comercializando esses animais”, explicou o comandante.

No IAT, um PM da companhia apresentou ao público peles de jaguatirica, raposa e outros animais empalhados e apreendidos no combate aos crimes ambientais, que podem levar à prisão e são imprescritíveis e inafiançáveis. Uma lancha e uma viatura usadas nas operações também estavam expostas. “Estamos buscando estruturar melhor a Coppa, adquirir novas viaturas, jet-skis e outros equipamentos”, declarou o secretário em exercício da Segurança Pública, Ary Pereira.

Parcerias para uma maior fiscalização

O curso conta com a parceria do Ibama, que está fornecendo instrutores e material didático. A parceria entre o instituto e o governo da Bahia não fica somente na parte teórica. “Aqui no estado, diversas operações estão mapeadas, e vamos a campo juntos. Temos operações de combate ao desmatamento de mata atlântica, produção ilegal de carvão, as questões das reservas legais, combate internacional da fauna silvestre”.

O secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, disse que esta é uma estratégia: identificar dentro da estrutura do Estado as parcerias que podem ser firmadas para a proteção ambiental. “Com a PM, com as secretarias da Saúde e da Agricultura, as prefeituras, e com o próprio Ibama. Assim, aumentamos a capacidade do Estado e a sua presença nas comunidades, principalmente na fiscalização voltada para o controle ambiental”.