O desenvolvimento profissional de diversos segmentos da população baiana para a Copa foi o principal assunto do fórum de lançamento do projeto Legados Sociais para a Copa de 2014 na Bahia, uma parceria entre a Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 (Secopa) e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Participaram do evento, realizado nesta quinta-feira (22) no teatro da Uneb, gestores estaduais e representantes da comunidade acadêmica e da sociedade civil.

Presidente da Associação das Baianas de Acarajé do Estado da Bahia, Rita Santos, disse que somente em Salvador são mais de quatro mil mulheres sobrevivendo da atividade. Segundo ela, a capacitação vai ser mais forte nos dez municípios indutores. “Estamos esperando ansiosas. A baiana precisa estar sempre aprendendo. Fazer o acarajé ela já sabe, mas precisa aprender como atender, como recepcionar, como administrar seu negócio, e esse conhecimento vai ficar para o pós-Copa”.

O estudante de turismo e hotelaria Luciano Campos, 17 anos, também afirmou que está satisfeito com a proximidade do evento. “A gente que está estudando tem na Copa uma grande oportunidade para aprender. Teremos vagas para capacitação, que serão uma porta para se começar na carreira, e esse início com um evento desse porte é um referencial para o resto da vida”.

Para o secretário da Secopa, Ney Campello, a participação do meio acadêmico na construção dos legados sociais é fundamental. “Esse capital humano talvez seja o legado mais importante que a Copa vai deixar. Então, é preciso investir na preparação, na formação, na qualificação dos trabalhadores, e depois do evento essas pessoas vão utilizar essas competências e vivência”.

Ele ressaltou que o meio acadêmico, por ter o capital intelectual, vai ajudar muito no desenvolvimento de políticas de qualificação e formação. “A Uneb é uma instituição pública, estatal, com capilaridade para que essas ações geradoras de legados socioeconômicos e culturais cheguem não somente à capital, mas também às cidades do interior”.

De acordo com o secretário, a participação da sociedade civil também é fundamental. “Por isso estamos criando uma rede de organizações sociais com a participação de jovens, idosos, atletas e ex-atletas, deficientes, negros, empresários, que podem e devem contribuir. Não há ninguém melhor do que aqueles que demandam essas políticas para dizer o que é importante ficar de legado da Copa”.

Qualificação de mão de obra e formação de agentes multiplicadores 

O reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim, declarou que até novembro de 2013, por meio de convênio com a Secopa, serão desenvolvidas a qualificação de mão de obra e a formação dos agentes multiplicadores, inclusive nas cidades do interior. “As universidades têm professores que se dedicam à sua área de conhecimento. A Uneb também já tem uma experiência de trabalho com a comunidade, com acesso aos bairros, às comunidades carentes, ao índio, ao negro, ao deficiente”.

Ivana Carvalho, assessora de Responsabilidade Social e Legados da Secopa, destacou que a secretaria tem como foco os legados em infraestrutura, mas principalmente os sociais. “A sociedade civil pode ser incluída nesse contexto, participando da construção do que vai ficar para beneficiar e promover uma melhora na qualidade de vida após o evento”.