O balanço da economia baiana em 2011 é extremamente positivo. É o que diz o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, respaldado na quantidade e na qualidade dos investimentos anunciados ou realizados este ano. “Foi um ano de colheita do que o governador Jaques Wagner já havia plantado. São investimentos significativos, de longa maturação, que exigiram, ao mesmo tempo, doses de paciência e de ousadia. Basta lembrar que o governador foi pessoalmente à França negociar a vinda da Alstom, assim como foi à Alemanha conversar com a Basf. Até 2016, teremos na Bahia investimentos privados previstos de R$ 70 bilhões”.

Segundo Correia, o anúncio da montadora chinesa JAC Motors, que vai investir R$ 900 milhões em uma fábrica em Camaçari, o início da produção nas fábricas de equipamentos eólicos da espanhola Gamesa e da francesa Alstom, o anúncio da implantação do Complexo Acrílico no Polo Industrial de Camaçari, com a pedra fundamental da Basf, representando um investimento inicial de R$ 1,2 bilhão para a produção de ácido acrílico, os investimentos significativos anunciados pela GE, O Boticário, Kimberly-Clark e Cebrace, e o lançamento, em parceria com a Fieb e a Petrobras, do estudo Política Industrial da Bahia são alguns dos fatos marcantes do setor este ano.

Indústria automotiva

A JAC Motors anunciou um investimento de R$ 900 milhões para produzir 100 mil carros/ano em sua primeira fábrica brasileira, no Polo Industrial de Camaçari, a partir de março de 2014.

Outras indústrias de autopeças também virão para a Bahia, como o grupo Ítalo Lanfredi, que vai investir R$ 140 milhões para produzir peças fundidas e usinadas para a indústria automobilística. Já a canadense Magna Cosma vai investir R$ 70 milhões, também em Camaçari, para produzir sistemas de carroceria e chassis automotivos.

Pneus e borracha

Desde a instalação do Complexo Automotivo Ford na Bahia, o setor de pneus já atraiu mais de US$ 900 bilhões em investimentos para o estado. A Pneus Continental e a Bridgestone/Firestone, com unidades em Camaçari, e a Pirelli, localizada em Feira de Santana, anunciaram este ano um investimento de R$ 464 milhões na ampliação de suas fábricas baianas.

E por causa da ampliação das três fábricas, a Columbian Chemicals, fornecedora da matéria-prima básica para a produção de pneus, e instalada no estado desde 2007, também realizou um novo investimento de US$ 75 milhões.

Energia eólica

O adensamento de cadeias produtivas vem beneficiando vários segmentos, e a cadeia de energia eólica é um deles. Interessadas em aproveitar o potencial baiano, quatro empresas decidiram investir em Camaçari. A General Electric (GE) assinou protocolo de intenções com o Estado para instalação de uma unidade industrial para fabricação de aerogeradores. O investimento, de R$ 45 milhões, vai criar 80 empregos diretos.

Outro protocolo foi assinado pela Torrebrás – Torres Eólicas do Brasil, com capacidade de produção de 500 toneladas por ano. O investimento será de R$ 21 milhões, com geração de 235 empregos diretos na fase inicial. A previsão é que a unidade entre em funcionamento em agosto de 2012.

Além de protocolos, os bons ventos trouxeram inaugurações. Primeiro foi a Gamesa, que iniciou a produção de turbinas eólicas em julho, com um investimento inicial de R$ 50 milhões. A unidade baiana vai produzir, nesta primeira etapa, nacelles com capacidade para 300 megawatts/ano, num total de 150 unidades/ano. Em novembro, foi a vez de a Alstom entrar em operação. A fábrica contou com um investimento de R$ 50 milhões e terá capacidade instalada de 300 megawatts/ano, gerando 150 empregos diretos e 500 indiretos.

Usinas sucroalcooleiras

Em outubro, a Bahia inaugurou duas novas usinas de etanol, a União Industrial Açucareira Limitada (Unial) e a Infinity Bio-Energy (Ibirálcool), nos municípios de Lajedão e Ibirapuã, respectivamente. As novas unidades juntas, com a Santa Maria (Medeiros Neto) e a Santa Cruz (Santa Cruz Cabrália), que já atuam na região, transformaram o sul da Bahia em um polo sucroalcooleiro.

Com um investimento de R$ 150 milhões, a Unial vai moer inicialmente 600 mil toneladas/ano e gerar 1,2 mil empregos diretos, com uma capacidade de 35 milhões de litros de etanol para este ano. A Ibirálcool vai moer, nesta primeira fase, 1,2 milhão de toneladas/ano de cana-de-açúcar e deve gerar aproximadamente mil empregos diretos e três mil indiretos, resultado de um investimento de mais de R$ 150 milhões.

Petróleo e gás

A Bahia será o terceiro estado brasileiro a ter o Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (TRBA). A obra é um dos projetos integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve gerar 850 empregos diretos e 2,4 mil indiretos, além de reflexos positivos para o recôncavo. A previsão é que os trabalhos comecem em março do ano que vem e a conclusão seja em setembro de 2013, com um investimento de R$ 1,3 bilhão. O terminal vai garantir a injeção de gás natural liquefeito (GNL) na Bahia, maior consumidor do produto no Nordeste.

Fruto da projeção do mercado petrolífero para o Brasil, com um investimento de US$ 111,4 bilhões, previsto pela Petrobras para o pré-sal até o ano de 2020, a Bomcobras anunciou um investimento de R$ 130 milhões na construção de uma fábrica de máquinas e equipamentos destinados à prospecção e extração de petróleo e gás em Simões Filho. A previsão é que a fábrica entre em operação no final do segundo semestre de 2012, gerando 200 empregos diretos.

Petroquímica

A Basf lançou a pedra fundamental do seu empreendimento no Polo Industrial de Camaçari, dando início à implantação do Complexo Acrílico na Bahia. Com um investimento de R$ 1,2 bilhão, o novo parque vai produzir em escala mundial. O Complexo Acrílico será o primeiro do setor em toda a América do Sul e sua planta começa a ser construída em 2012, com previsão de entrada em operação em 2014.

As indústrias de papel e celulose que utilizam o peróxido de hidrogênio para clarear o papel passaram a contar com a companhia turca, Peroxy Bahia, que retomou neste mês de dezembro as atividades de sua planta de água oxigenada no Polo Petroquímico de Camaçari. Instalada desde 2008 no estado, a empresa possui um plano de investimentos de US$ 100 milhões e pretende produzir 40 toneladas/ano de peróxido de hidrogênio, além de gerar 250 empregos diretos e indiretos e uma arrecadação anual de R$ 15 milhões em impostos.

Fabricação de vidro

A Cebrace, maior produtora de vidros planos e espelhos da América do Sul, inaugurou o Centro de Distribuição Bahia na CIA-Sul, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.

Em breve, a empresa vai iniciar a construção da sua sexta unidade em Camaçari. A previsão é que a fábrica fique pronta no início de 2013, com um investimento de 145 milhões de euros.

Cosméticos

O grupo O Boticário anunciou a instalação de unidade industrial e de um centro de distribuição de cosméticos em Camaçari. A nova unidade, com um investimento previsto entre R$ 350 e R$ 500 milhões, vai produzir a marca Eudora, voltada para consumidores da classe C, que tem no Nordeste um mercado em potencial. A ideia da companhia é fazer frente às concorrentes Avon e Natura, por meio da venda por catálogo, o famoso porta a porta. Hoje, o mercado nacional de cosméticos movimenta em torno de US$ 28 bilhões/ano.

A multinacional americana Kimberly-Clark anunciou um investimento de R$ 88 milhões para instalar uma unidade em Camaçari que vai gerar 430 novas vagas de emprego. A previsão é que as obras comecem em janeiro de 2012.

Lançamento da política industrial

Elaborada para aprimorar a política industrial da Bahia, a Sicm, em parceria com a Fieb, a Petrobras e o Instituto Euvaldo Lodi, elaborou o Projeto Aliança, com o objetivo de conhecer a estratégia de industrialização a ser utilizada pelo governo.

A estratégia industrial se esmera na mobilização empresarial em torno da defesa de interesses comuns e do aprimoramento da competitividade.

Ebal

Foi anunciada a reforma da Ceasa do Rio Vermelho, que será concluída no próximo ano, gerando mais conforto, espaço e qualidade para a população. As obras serão iniciadas em 16 de janeiro de 2012.

Mineração

Até 2014, devem ser investidos R$ 11,7 bilhões em mineração. Já foram assinados entre o Estado e empresas privadas protocolos de intenção para a implantação de diversos projetos de mineração, que devem gerar 6,4 mil empregos diretos.

A produção mineral baiana comercializada em 2010 foi de R$ 1,7 bilhão, num incremento de 46% sobre a produção de 2009. A projeção é de que a produção deste ano supere os R$ 2 bilhões.