A casa própria foi entregue para mais 284 famílias, nesta sexta-feira (30), por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. As unidades do Residencial Morada do Atlântico, no Trobogy, em Salvador, foram construídas com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), destinado a famílias com renda de até R$ 1,6 mil. A obra teve um investimento de R$ 13,06 milhões e beneficia mais de 1.420 pessoas.

Segundo dados da Caixa Econômica Federal (CEF), a Bahia foi o estado que mais assinou contratos para famílias com renda de até três salários mínimos e também o que mais entregou moradias, com 20% dos empreendimentos já recebidos pelos beneficiados.

“A gente nasce, cresce, luta e vence, mas não se cansa tanto assim. Mais cansada eu poderia ter me sentido quando lembrasse que a esperança não estava dentro de mim”. Foi assim que a vendedora ambulante Carmélia de Almeida, 53 anos, dividiu sua alegria pelo recebimento da chave da nova casa. “Sempre morei em uma casa que não era minha, com muitos irmãos. Nunca perdi a esperança de morar em uma casa assim, linda, maravilhosa. Nem vou trazer móveis velhos. Quero tudo novo”.

A aposentada Joanita Costa vai viver com o filho e a nora no conjunto. “É uma mudança radical. Vou deixar de pagar R$ 250 de aluguel para pagar parcelas bem menores em uma casa que é minha. Agora, acho que vou juntar dinheiro para comprar um carro”.

Aidinalva Barbosa é coordenadora do Movimento dos Sem-Teto de Salvador e também vai morar no empreendimento com seus dois filhos. “Eu morava em um assentamento e essa casa representa uma etapa da luta. A falta de moradia é um problema de todo o país, não só de Salvador. Esse programa Minha Casa, Minha Vida dá condições de moradia digna em bairros decentes, e nós que participamos da luta estamos felizes de ver que isso é uma realidade”.

Estrutura 

Em 13 blocos – quatro com 20 apartamentos, seis com 22 e três com 24 –, os imóveis possuem dois quartos, sala, cozinha, área de serviço e banheiro social e cada um custa R$ 46 mil.

O Residencial atendeu aos requisitos de qualidade interna e externa e está inserido na malha urbana, contando com pavimentação, vias de acesso, iluminação pública e distribuição das redes de água e esgoto, área social e de lazer, com quiosque, parque infantil, campo de futebol e área de recreação.

Para a superintendente de Habitação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Eleonora Mascia, este foi um ano histórico, com muitas moradias entregues, a maior parte deles pelo Minha Casa, Minha Vida. “A parceria entre os governos estadual e federal e os movimentos populares fez com que a Bahia fosse o estado que mais contratou e que mais entregou unidades em todo o Brasil por meio do programa”.

De acordo com Eleonora, o governo da Bahia teve uma atuação importante para as contratações, criando as condições de infraestrutura. “Houve investimentos em água e esgoto e na distribuição territorial. Foram 274 municípios beneficiados apenas pelo Minha Casa, Minha Vida. Se levarmos em conta o programa Casa da Gente, são mais de 380 municípios baianos com novas moradias.

Ela informou que no Minha Casa, Minha Vida 1 foram 101 mil unidades contratadas – 76 mil para a faixa de até três salários mínimos. “Mais do que dobramos a meta inicial, e no Minha Casa, Minha Vida 2, a meta são 160 mil unidades, que também pode ser superada. Até 2014, pretendemos alcançar a marca de 200 mil novas casas para a população baiana”.

Geração de emprego e renda

O superintendente regional da Caixa, Aristóteles Menezes, disse que o programa está encerrando um ano excelente na Bahia. “As famílias estão felizes neste que eu acho que é o melhor empreendimento de Salvador, no Trobogy. É bonito, aconchegante, valorizado, para começar 2012 cumprindo o compromisso do governo”.

E declarou que o Minha Casa, Minha Vida proporciona um aumento de renda para as famílias que deixam de pagar aluguel e também para quem trabalha na construção dos empreendimentos. “É um dinheiro que vai ser gasto no mercado, em móveis, em lazer, em eletrodomésticos. Isso mexe com todo o mercado de trabalho, impulsionando a cadeia produtiva da construção, gerando empregos nas fábricas de cimento, de blocos. Todo mundo sai ganhando no final”.

Somando as fases 1 e 2 do programa, em todo o Brasil, já foram mais de 1,176 milhão de residências, superando R$ 65,6 bilhões em investimentos.