Mesmo não tendo como principal atividade a pecuária, o município de Brejões, a 271 quilômetros de Salvador, não fica atrás quando o assunto é sanidade. Durante a segunda etapa da Campanha Contra a Febre Aftosa, que imunizou animais com idade até 24 meses, 99,18% do rebanho foi vacinado. Os esforços em manter o rebanho livre da doença foram reconhecidos no último fim de semana, durante a 1ª Feira da Agricultura Familiar, com o lançamento do Centro de Comercialização de Animais pelo secretário da Agricultura, Eduardo Salles.

Fruto de convênio entre a Secretaria da Agricultura (Seagri) e a prefeitura, o equipamento vai impulsionar a comercialização na região. Durante a feira, mais de 20 famílias de agricultores familiares tiveram a oportunidade de expor e vender seus produtos em barracas cedidas pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Produtores e visitantes conheceram de perto a casa de farinha móvel e um projeto-modelo de Jiquiriçá que busca o melhoramento genético no rebanho. Foram distribuídos ainda 100 mil alevinos (filhotes de peixe) para os trabalhadores rurais.

Com reconhecido potencial para a mandiocultura, os agricultores familiares contam agora com uma casa de farinha móvel, semimecanizada, pensada para produzir com sustentabilidade. A casa consome apenas 40 litros de água a cada processo e, com todas as máquinas funcionando, o consumo ainda é menor do que um chuveiro elétrico. “A produção é de dez sacas de 50 quilos por dia e custa apenas R$ 45 mil. A máquina permite aos trabalhadores produzir com menos esforço, servindo de incentivo para os que pararam por falta de estrutura”, explicou o fabricante Giovanni d’Emidio.

Segundo o prefeito de Brejões, Alan Andrade, a feira representa o momento histórico que a agricultura familiar vive em todo o estado, com o desenvolvimento dos programas Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), de Aquisição de Alimentos (PAA) e Segurança Alimentar (PSA). “Além de incentivar os pequenos agricultores, é uma oportunidade de escoar a produção, gerando emprego e renda para o município e microrregião”.

De acordo com o secretário, os centros de comercialização são projetos que modificam, organizam e estruturam toda a pecuária, tanto de pequenos como de médios produtores. “Os novos projetos vão contemplar a instalação de um escritório da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) ao lado de cada centro de comercialização”. Salles disse que para as cidades que ainda não possuem parques de exposição o centro é o pontapé inicial.

Território Vale do Jiquiriçá 

A Seagri, através do Programa Qualificar, proporcionou ao Território Vale do Jiquiriçá assistência técnica, extensão rural e pesquisa a mais de 7,1 mil agricultores familiares. Outros 7,6 mil trabalhadores foram assistidos no cultivo do café, mandioca, milho, feijão, apicultura, ovinocultura, bovinocultura de corte e leite. Foram capacitados ainda mais de mil agricultores em práticas agroecológicas e formados 26 técnicos para o PAA.

Além de Brejões, já foram celebrados convênios com Planaltino, Irajuba, Ubaíra, Jaguaquara e Nova Itarana para construção de centros de comercialização.