Aproveitando a valorização que o café vive nos últimos 20 anos, com elevação de preços e estoque mundial em menor nível, o secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Eduardo Salles, se reuniu com a diretoria da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), nesta quarta-feira (4), em seu gabinete, para discutir as ações do 13º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), que será realizado de 12 a 14 de março, no Centro de Convenções do Hotel Pestana, em Salvador.

Considerado um dos mais importantes eventos do gênero no calendário brasileiro, o Agrocafé de 2012 terá como foco o debate de políticas nacionais para o setor. Para a Bahia, o evento pode representar um ponto de partida para a solução de problemas como a baixa produtividade de antigas áreas plantadas. Salles acredita que o evento contribuirá para alavancar a cafeicultura do estado, gerando emprego e renda, especialmente para a agricultura familiar.

“Esse evento será o grande marco para avançarmos nesse momento. O desenvolvimento da cafeicultura na Bahia pode inserir um maior número de pessoas que se encontram em situação de pobreza. A partir de um diagnóstico, elaborado junto com Assocafé e produtores de diversas regiões, sugerimos que a Câmara Setorial do Café aproveite esse simpósio para debater e consolidar ações, que devem ser apresentadas na esfera estadual e nacional”, explica o secretário.

Para o presidente da Assocafé e secretário-executivo da Câmara Setorial do Café, João Lopes Araújo, a Bahia e o Brasil precisam caminhar juntos, alinhando políticas públicas agrícolas e ambientais. “Precisamos voltar à marca de 70% do consumo mundial, hoje na casa dos 30%, cenário que podemos superar, até porque os nossos concorrentes têm muitas dificuldades de ampliar a produção, com limitação de áreas e clima”, esclarece.

Produzindo uma média de 2,5 milhões de sacas anuais, a Bahia vem apresentando produtos de alto nível, com a realização de concursos que atestam a qualidade dos grãos. Segundo o engenheiro agrônomo Antônio Carlos Berenguer, da Assocafé, a descentralização dos municípios vencedores demonstra que os melhores classificados fizeram investimentos para se diferenciar e ganhar mercado. “Este ano, contamos com a participação de compradores estrangeiros, o que dá visibilidade e motivação para o cafeicultor continuar investindo e, consequentemente, agregando valor”, conclui.