Cerca de três mil catadores de resíduos sólidos da Bahia estão tendo a oportunidade melhorar a sua renda e trabalhar com dignidade, durante o Carnaval de Salvador. Cinco centrais de apoio aos catadores de latas de alumínio e aço, garrafas pet e plásticos estão funcionando na Barra, Ondina, Largo Dois de Julho, Ladeira da Montanha e Politeama, 24 horas por dia. Cada central está equipada com balança e prensa, para receber o material recolhido, e para distribuir equipamentos fundamentais para que o trabalho seja feito com segurança.

O catador Gilvan dos Santos tem 39 anos, está desde o dia 16 percorrendo o circuito Barra-Ondina, onde há uma das centrais de coleta instalada. Ele conta que, no local, recebe refeição, água e confia na pesagem da sua produção, evitando os atravessadores. “Nosso trabalho melhorou muito, porque nos dá condições de aumentar um pouco a renda. É um dinheiro a mais para mim”.

Para promover a inserção socioprodutiva desses trabalhadores, o projeto ‘Ecofolia solidária’ conta com o apoio do programa estadual Vida Melhor. “A Companhia de Desenvolvimento e Ação regional (CAR), juntamente com as secretarias do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza e com a Casa Civil, participa deste trabalho de uma forma decisiva, contribuindo para que o projeto avance, levando em consideração a importância de se preservar o meio ambiente e melhorar a renda destes catadores”, afirmou Antônio César da Silva, coordenador do Programa Vida Melhor.

A coordenadora da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis (Coopemar), Aderlinda Bastos, disse que, nas centrais, os catadores são cadastrados e recebem fardas, sacolas, botas, luvas, três refeições diárias e água, tudo fornecido pelo Governo do Estado. “Aqui também eles evitam os atravessadores. Recolhemos o material a R$ 2 o quilo. Sem esta regulação, eles venderiam a R$ 0,50”.

A compra deste material está garantida pelo financiamento da Agênicia de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), no valor de R$ 86 mil. Com o empréstimo, as quatro cooperativas têm maiores condições de comprar a produção dos trabalhadores. O financiamento terá juros de 0,5% ao mês e o pagamento, feito em parcelas iguais. O objetivo é capitalizar os catadores para elevar o estoque da coleta e permitir o comércio de material a preços justos.