Os principais números do Carnaval de Salvador foram apresentados na manhã desta Quarta-Feira de Cinzas (22), em entrevista coletiva realizada no Centro de Imprensa, montado na Fundação João Fernandes da Cunha, antigo Clube Cruz Vermelha, no Campo Grande. Entre os destaques, a redução de 16% no número de ocorrências policiais relacionadas à folia, a queda de 15% no número de atendimento nos hospitais estaduais que deram suporte ao Carnaval, o aumento do número de desembarques no aeroporto e a manutenção da ocupação hoteleira, em relação ao ano passado.  Os investimentos do Estado na festa ultrapassam os R$ 60 milhões.

“Mostramos que a Polícia Militar cumpriu seu papel, assim como as polícias Civil e Técnica. Fizemos mudanças, tivemos o apoio da Força Nacional, mas a segurança nos circuitos foi feita por nossos profissionais”, afirmou o governador Jaques Wagner. Para ele, um dos motivos da redução no número de ocorrências policiais foi a adequação do sistema de segurança, incluindo efetivo, equipamentos e planejamento. “Na semana que vem, faremos uma reunião para avaliar a atuação deste ano e ver o que precisa ser melhorado”.

Outro motivo fundamental para a redução da violência durante o Carnaval, segundo o governador, foi o maior número de blocos e trios sem corda. “Quero agradecer aos que fizeram isso e convidar outros a fazer o mesmo. Quando a população tem mais espaço para brincar, diminuem as brigas e o trio passa com muito mais suavidade. Esta é uma tendência”.

Evolução
 
Wagner destacou também o encontro de trios na Praça Castro Alves, outra tradição importante resgatada. “Temos que evoluir, mas sem perder a essência do Carnaval da Bahia, que é a participação popular, a Castro Alves, o circuito Barra/Ondina, o Campo Grande, o Batatinha. Conversei muito com os patrocinadores que investem no Carnaval baiano, e todos eles disseram que estão felizes com o retorno e vão aumentar o investimento no ano que vem”.

O governador declarou que a Bahia recebeu várias figuras internacionais da música e da cultura. “Tivemos também a visita de representantes do governo de Córdoba, da Argentina, do governador do Paraná, Beto Rixa, que veio com sua família, entre outras. Temos um número muito bom, da ordem de R$ 518 milhões, em receitas deixadas pelos turistas”.

Wagner informou ainda que este ano foi diferenciado, devido à diversidade cultural. “Já estamos pensando no Salão do Turismo, no final de março, nas micaretas, no São João e no Salão do Chocolate, que sediaremos pela primeira vez em junho, ativando o turismo, que é uma atividade importante para a economia baiana”.

Hotelaria registra 84% de ocupação em Salvador 

Participaram da entrevista coletiva os secretários da Segurança, Maurício Barbosa, do Turismo, Domingos Leonelli, da Saúde, Jorge Solla, de Cultura, Albino Rubim, e de Comunicação, Robinson Almeida, além do comandante-geral da Polícia Militar, Alfredo Castro, e do delegado-chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge.

Para Barbosa, o Carnaval 2012 foi mais tranquilo do que os dos outros anos. “Depois do período da greve parcial, avaliamos que a retirada dos policiais do interior seria um fator de maior risco, até porque temos Carnaval também nos outros municípios. Então, recebemos o auxílio de 530 policiais da Força Nacional de Segurança, cedidos pelo Ministério da Justiça, que atuaram nas zonas periféricas”. Ele explicou que a estratégia deu certo, “porque a polícia da Bahia também tem experiência nesse tipo de atuação”.

Segundo Leonelli, a alegria venceu o medo. “O turismo se confirmou. A taxa de ocupação dos hotéis desmentiu as desistências. Tivemos 84% da hotelaria de Salvador ocupada, a mesma taxa do ano passado, e nos circuitos do Carnaval essa taxa foi de 94%”. O secretário afirmou que os números fornecidos pelas companhias aéreas e pelo aeroporto deram conta que os desembarques aumentaram, com voos lotados. “As operadoras também ampliaram seus pacotes”.

Saúde 

A saúde também registrou bons números. Solla informou que houve um aumento na captação de sangue. “Ampliamos o horário de atendimento, e apenas no domingo não fizemos esse trabalho. A retaguarda necessária nos hospitais foi suprida”. O secretário disse que houve uma redução de 15% nos atendimentos relacionados aos foliões nas unidades de emergência dos hospitais do Estado. “A metade dos pacientes atendidos nos hospitais estaduais passou primeiro pela triagem nos postos montados dentro dos circuitos. Quero também registrar a ampliação do número de testes de Aids pelo programa Fique Sabendo e a distribuição de mais de 400 mil preservativos”.

Por sua vez, Rubim destacou que apoia o aumento do número de trios e atrações sem corda. “É muito bom que a gente tenha um Carnaval de maior participação, mais inclusivo e que tenha mais a ver com a tradição da Bahia”. De acordo com ele, a Secretaria de Cultura fez uma pesquisa e descobriu que mais de 60% dos foliões baianos são pipocas. “Então, a gente tem que ter um Carnaval voltado para eles. Os patrocinadores estão entendendo que é bom investir no folião pipoca. Estamos fazendo a nossa parte, o nosso programa Carnaval Pipoca patrocina os trios independentes, mas precisamos que a iniciativa privada também absorva isso”.