As inscrições para segunda turma do curso gratuito de capacitação em ourivesaria – a arte de trabalhar com metais preciosos na fabricação de jóias e ornamentos – já podem ser feitas. A iniciativa é do Centro Gemológico da Bahia, órgão da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), sendo resultado de parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O projeto, que começou em dezembro de 2011, é dividido em três etapas – Joalheria Básica, Joalheria Intermediária e Cravação. Os alunos que se destacam na turma básica são selecionados para intermediária. O início das aulas está previsto para o dia 5 de março.

A inscrição para o curso é feita no Centro Gemológico, na Ladeira do Carmo, nº 37, Santo Antônio. Os candidatos precisam ter idade mínima de 16 anos e 1ª grau completo. Além de preencher um questionário, o candidato passa por uma seleção que testa sua inclinação para atividades manuais.

“A capacitação é destinada a atender a comunidade carente de Salvador e aos municípios do interior do estado, onde são encontradas unidades de lapidação de cristais e gemas coradas”, explica a coordenadora e gemóloga do Centro, Gracia Baião. Segundo ela, um curso de ourivesaria custa, em média, R$ 700.

Meta 

A próxima meta do Centro é fechar uma turma somente com alunos de fora de Salvador, pois no interior não existem cursos nesta área. “Nossa ideia é capacitar pessoas de locais onde exista produção de pedras preciosas e assim promover novas oportunidades de trabalho nesses municípios”, diz a gemóloga.

O instrutor do Senai, Jorge Texeira, explica que os alunos aprendem técnicas básicas no curso como fundir o metal, fazer ligas, serrar, limar, soldar e polir. “O curso de joalheria é fundamental para quem quer se tornar um ourives, mas fazer somente o curso básico não é suficiente, o ideal é cursar também o intermediário para que a formação seja ampliada”.

Ele conta ainda que muitos alunos fazem o caminho inverso. “Já tivemos alguns designs de jóias no curso que se matriculam para entender na prática como se produz uma peça. Depois de passar pelo treinamento eles têm mais consciência do que é possível ser feito ou não com um objeto, o que ajuda no aperfeiçoamento dos seus trabalhos”.

Mudança de Vida 

No mercado de artesanato há 20 anos, Joselino Santos Macedo, 50 anos, que trabalha com coco de piaçava, licuri e dendê, viu sua vida mudar em dois meses. Ele afirma que chegou ao curso com a intenção de agregar valor ao seu produto inserindo prata no material. Um anel de coco que antes ele vendia para as lojas por R$ 3 hoje é vendido com o acréscimo da prata por R$ 15 e a loja revende por R$ 40.

“O Centro Gemológico me deu a oportunidade de aperfeiçoar meu trabalho. Aqui, mudei a maneira de ver o mercado. A partir de agora só vou produzir jóia e biojóia”, afirma Joselino, que já fechou um contrato de exclusividade de uma linha de produtos em uma loja na Praia do Forte.