Projeto Mata Branca realizou, na quinta-feira (8), a segunda oficina de disseminação da iniciativa no município de Contendas do Sincorá, a 452 quilômetros de Salvador. O evento, que já foi realizado no município de Itatim, tem como objetivo permitir que representantes das comunidades ampliem seus conhecimentos, através de discussões e avaliações, e se tornem agentes multiplicadores do projeto. As oficinas serão realizadas também em Jeremoabo e Curaçá, nos próximos dias 20 e 22, respectivamente.

Para o coordenador do Mata Branca, Cássio Biscarde, essa foi uma chance para que os produtores dos quatro municípios que o projeto atua diretamente pudessem ter uma maior integração. “Nós fomos os organizadores, mas eles são os atores principais deste processo, pois estão mostrando o seu trabalho, e isso mostra o quanto eles são importantes para o desenvolvimento rural. Este tipo de evento valoriza a mulher e o homem do campo”, afirmou.

Segundo a técnica de desenvolvimento rural de Contendas do Sincorá, Geiza Mikaely Freire, as oficinas têm como público alvo produtores rurais e a comunidade quilombola. “Essa capacitação é um momento de trocar experiências e aprender novas técnicas que possam se tornar novas fontes de renda”, disse.

Atividades 

Quintais produtivos, Produção Agroecológica Integrada e Sustentada (Pais), incentivo à meliponicultura, recuperação da nascente do rio Limeira, produção de mudas de spondeas, projetos de galinha caipira, coleta seletiva e revitalização do Rio Sincorá, são algumas ações, que estão acontecendo em Contendas do Sincorá, expostas pelo grupo representante do município, formada pelos produtores Zenaide dos Anjos Gomes e João Antônio Oliveira Pereira e o técnico Leandro Caldas.

João Antônio contou que a comunidade quilombola de São Gonçalo está ganhando mais qualidade alimentar e ampliando a renda com a implantação da Pais. “Hoje, nos alimentamos melhor, com hortaliças, legumes e verduras sem agrotóxicos produzidas nas unidades e ainda vendemos os produtos na feira livre municipal”.

Iniciativa proporciona educação para as comunidades

“O mais importante que o Mata Branca vai nos deixar não são os projetos, mas sim a educação”. Foi com essa convicção que o presidente da Associação dos produtores de pequenos e grandes animais de Itatim, Deosdete Campos de Sousa, de 57 anos, falou sobre as ações que vem sendo desenvolvidas. “Participar destas oficinas está sendo uma experiência maravilhosa. Lá em Itatim mostramos um pouco do nosso progresso e aqui estamos aprendendo a avançar a partir dessa troca de experiências”.

Deosdete falou também de como a vida da comunidade mudou com a chegada do Mata Branca. “Foi um estrela que brilhou! Antes, o povo falava muito em destruir e desmatar. O projeto veio nos educar e, hoje, estamos recuperando áreas degradadas e nascentes e tirando sustento da nossa própria terra. Ganhamos o presente de aprender a cuidar do meio ambiente para o nosso próprio bem e das futuras gerações”.

O programa Global Environment Facility (GEF) Mata Branca, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), tem o objetivo de contribuir para a preservação, conservação, uso e gestão sustentável da biodiversidade do bioma caatinga nos estados da Bahia e do Ceará, estabelecendo um ciclo entre as práticas integradas de gestão do ecossistema e a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. Na Bahia, o projeto tem atuação direta nos municípios de Curaçá, Jeremoabo, Contendas do Sincorá e Itatim, e indiretamente em todo o bioma caatinga no estado.