O lançamento do programa estadual Bahia Acolhe, nesta terça-feira (20), no Centro de Treinamento de Líderes de Itapuã, marcou a realização do I Congresso Nacional do Movimento da População de Rua, que reúne até amanhã (21), em Salvador, moradores de rua de dez estados. O evento contou com a presença do governador Jaques Wagner, da ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, e de secretários de Estado.

Segundo Wagner, o lançamento do programa e a participação do governo da Bahia no congresso não representam apenas solidariedade. “Estamos aqui para discutir políticas públicas que venham ao encontro das necessidades e do drama vivido pela população de rua. Vamos combater qualquer tipo de preconceito, seja religioso, racial, por opção sexual ou contra os moradores de rua. Por isso lançamos o Bahia Acolhe e vamos ter que trabalhar para que funcione”.

Para Maria do Rosário, o programa é bom para a Bahia e serve como referência para o Brasil. “Estamos nos dedicando para que ele possa se integrar aos esforços dos governos federal e estadual em transformar o Brasil em um país rico, com todas as pessoas valorizadas, enfrentando a miséria extrema e assegurando os direitos humanos a toda a população”.

A coordenadora do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Maria Lúcia Pereira, disse que está confiante. “Sabemos que, ao final de dois anos, com essa iniciativa, vamos poder ter tirado várias pessoas dessa situação. Quando é que se poderia imaginar, há alguns anos, um congresso de moradores de rua? Hoje não estamos aqui pedindo cobertor e sopa, mas discutindo políticas públicas. É um momento histórico para nós”.

Busca ativa vai orientar ações 

O programa Bahia Acolhe, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Carlos Brasileiro, vai, sob a coordenação da Sedes, ordenar todos os serviços que são demandados pelos moradores de rua nas áreas de saúde, educação, abrigamento, acolhimento e tratamento de dependentes químicos, articulando para isso as secretarias de Estado. “É o primeiro no Brasil e pode servir de base para outros estados ou para um programa federal”.

Ele explicou que a rede deve funcionar de forma eficaz, visando crianças, adultos ou idosos, e iniciando com a abordagem nas ruas. “Essa busca será ativa. Vamos contratar as entidades e ter instrumentos à disposição dessas pessoas. Se for possível, vamos devolvê-las, de comum acordo, para o convívio familiar”. Brasileiro disse que, somentem em Salvador, são três mil pessoas morando nas ruas.

O congresso veio para a Bahia, segundo o secretário, porque o movimento nacional encontrou no estado os melhores resultados no atendimento e no acolhimento das demandas dos moradores de rua. “Um exemplo é o trabalho de inclusão produtiva que o governo estadual faz por meio do Vida Melhor, programa que beneficia também os catadores de materiais recicláveis”.

Publicada às 11h45
Atualizada às 15h10