Cerca de quatro mil presos provisórios na Bahia deverão votar nas eleições municipais que acontecem em outubro deste ano. As unidades prisionais vão dispor de uma sala com urna e mesários, de forma semelhante ao que acontece nos outros locais de votação. Garantir o direito do voto aos detentos ainda não sentenciados e também aos adolescentes cumpridores de medidas disciplinares foi tema de audiência pública promovida nesta terça-feira (13) pela Defensoria Pública do Estado, no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), com a presença do secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte.

"Trata-se de assegurar o pleno exercício da cidadania e dos direitos humanos às pessoas privadas de liberdade", disse o secretário. De acordo com ele, ao criar a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), em maio de 2011, o Governo do Estado teve o objetivo de humanizar o sistema prisional, garantindo aos sentenciados seus direitos constitucionais, entre os quais o de participar do processo eleitoral. A Seap enviará ao Tribunal Regional Eleitoral o cadastro com o nome dos internos com direito a votar.

Os presos provisórios são aqueles que, no dia da eleição, aguardam sentença ou decisão de recurso enviado por algum tribunal. A Constituição Federal, em seu artigo 15, inciso III, diz que somente pode ocorrer a suspensão dos direitos políticos, que incluem o voto, em casos de condenação criminal com trânsito em julgado, quando o réu não pode mais recorrer da sentença.

Participaram da audiência pública o corregedor do TRE, Josevando Andrade; a defensora pública da União, Isabela Luz; a vereadora Vânia Galvão, representante da presidência da Câmara Municipal de Salvador; o presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, promotor Geder Gomes; a juíza titular da Vara de Execuções Penais, Andremara Santos, além de advogados, promotores, juízes, defensores públicos e representantes da sociedade civil.