A localização estratégica de Juazeiro é um dos principais motivos para o município ser escolhido para a instalação da Plataforma Logística do São Francisco, um dos projetos estruturantes do governo da Bahia e elemento central da operacionalização do Sistema Logístico Juazeiro-Petrolina. A perspectiva é que movimente até 33 milhões de toneladas por ano e gere 2.400 empregos na sua construção.

A modelagem da Parceria Público-Privada (PPP) ainda passa por ajustes, mas a expectativa é que neste ano seja lançado o edital que concederá por 21 anos a operação do empreendimento.

As plataformas logísticas são os locais importantes por sua dinamização na economia, melhorando a competitividade das empresas, criando emprego e viabilizando as atividades logísticas, pois há uma crescente necessidade de se organizar as instalações para atender os usuários e clientes. O espaço é caracterizado pela armazenagem e outras instalações utilizadas nas atividades de transporte.

De acordo com os estudos contratados, a localização estratégica do município, no epicentro geográfico do Nordeste, é uma das razões da escolha da cidade para a instalação da plataforma. Aliam-se à questão espacial o grande potencial logístico nas margens do extremo norte do trecho navegável do Rio São Francisco e a interligação por rodovias, aeroporto e ferrovias com as principais capitais do Nordeste e as cidades de médio porte do semiárido.

Através da Hidrovia do São Francisco, sua área de influência se estende até o norte de Minas Gerais, articulando-se, inclusive, com a Ferrovia Transnordestina e a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol). Além disso, os fluxos para o Complexo Portuário de Salvador e para o Sudeste podem se articular com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

O secretário do Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli, citou alguns aspectos positivos da plataforma logística. Ajudar a conseguir economias de escala para as empresas menores, ao oferecer serviços logísticos compartilhados (armazenagem, manipulação e embalagem), permitindo sua competição com as empresas grandes, é um exemplo. “A estrutura também dará maior agilidade aos trâmites alfandegários, que podem ser feitos na plataforma”.

Outra vantagem, segundo Gabrielli, é que com a intermodalidade (navegação do São Francisco até Ibotirama, FCA, Transnordestina e Fiol) serão conseguidos custos de transporte mais competitivos.

Ele ressaltou ainda outros desdobramentos a partir da implantação da plataforma, a exemplo do favorecimento do crescimento econômico da região de Juazeiro-Petrolina, criação de empregos e estabilidade econômica na área de influência da plataforma, apoio às atividades de maior valor agregado (logística, serviços) e suporte à atividade tradicional da região (agroindústria, essencialmente), e, por fim, o favorecimento da mudança modal no sistema de transporte de mercadorias para modais mais sustentáveis e competitivos.

Mercados potenciais

Os estudos contratados revelam os mercados potenciais que se beneficiarão com a plataforma e com a intermodalidade. Dentre eles, empresas da região que distribuem as suas mercadorias na mesma área, em outras partes do Brasil e no exterior, como mercado frutícola e outros mercados produtores em Juazeiro e Petrolina.

Outro mercado promissor são as empresas no Brasil com destinos na região, a exemplo das produtoras de insumos para o setor frutícola, bem como os comerciantes, atacadistas e varejistas para o mercado local.

Por fim, as instituições no exterior com destinos na região e empresas do oeste da Bahia com destinos no Norte e sentido oposto.